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Defensores da Amazônia querem levar um milhão às ruas em setembro

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19 de Fev de 2022

Defensores da Amazônia querem levar um milhão às ruas em setembro

A Crítica 19/02/2022

Com essa e outras ações composta em uma agenda, o plano do grupo é pautar a Amazônia durante e depois do processo eleitoral
A rede ambiental 'Uma Concertação pela Amazônia' espera levar um milhão de pessoas às ruas em 5 de setembro, data em que se comemora a importância da maior floresta tropical do mundo. O período coincide com o andamento da campanha para as eleições federais e estaduais deste ano, que inicia em 16 de agosto. Com essa e outras ações composta em uma agenda, o plano do grupo é pautar a Amazônia durante e depois do processo eleitoral.
A proposta segue em construção, mas outra já em andamento é a articulação junto a parlamentares do Congresso Nacional para formar uma bancada ambiental em defesa da Amazônia. Não apenas, mas também conseguir o apoio de dez governadores que estejam dispostos a discutir propostas de desenvolvimento sustentável para a região.
"Embora tenhamos a meta de um milhão para levar às ruas, o que importa para a gente não é a quantidade, mas sim o engajamento da sociedade com esse tema. Que se atenham a ele das mais diversas formas e não só no Dia da Amazônia, embora esse momento seja fundamental para talvez marcar o sonho de ter no Brasil inteiro gente nas ruas pela Amazônia", afirma Roberto Waack, um dos fundadores da rede e presidente do conselho do Instituto Arapyaú, entidade filantrópica fundada em 2008.
A rede Uma Concertação pela Amazônia é formada por mais de 400 integrantes da sociedade civil, do setor privado, de governos, universidades, comunidades locais, liderança empresariais e de filantropia. Segundo definição própria no site oficial, o que os une é "o desejo de levar a um novo patamar um debate plural e democrático sobre a preservação e o desenvolvimento sustentável da região".
Um desses integrantes no Amazonas é o superintendente da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Virgílio Viana. Para A CRÍTICA, ele falou sobre a importância de uma atuação em unidade em defesa da Amazônia e influência desse debate no período eleitoral.
"A rede tem um posicionamento não-partidário. Não há engajamento com um partido ou líder específico, mas sim que a Amazônia é um desafio para políticas de Estado. O país regrediu muito nos últimos anos em vários aspectos e existe um anseio de vários setores da sociedade brasileira de construir algo que seja acima de visões partidárias", comenta ele.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais revelam que o desmatamento na região foi de 430 km² entre os dias 1 e 31 de janeiro deste ano. É uma alta de 418% se comparado ao mesmo período de 2021. Também no ano passado, houve recorde histórico de desmatamento entre janeiro e julho, com uma área perdida de 5.026,52 km².
"[Sobre as manifestações no Dia da Amazônia], o desafio é fazer com que a Amazônia seja uma bandeira nacional. Quanto mais mobilização tivermos em prol da defesa da floresta e da população que habita esse espaço, melhor poderemos exigir dos governantes, sejam eles do Executivo, Legislativo ou Judiciário, que olhem para o interesse do país, não apenas de alguns grupos, como garimpeiros e madeireiros ilegais", destaca Viana.
A Amazônia Legal é formada por nove estados, os quais, juntos, somam uma população de 29,3 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A mesma região representa 60% do território do país, com 5,1 milhões de km². O Produto Interno Bruto (PIB) soma R$ 659 bilhões, o que representa 9% do nacional.
Outros integrantes da rede no Amazonas são o empresário Denis Minev, do grupo Bemol, a ativista indígena Vanda Ortega, o doutor em biotecnologia João Paulo Rufino e o titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti-AM), Jorio de Albuquerque Veiga.
O que esperar da rede
A nível nacional, a rede é formada por atores conhecidos nacionalmente, como o Instituto de Proteção da Amazônia (Ipam), Instituto Socioambiental (Isa), Itaú, Nestlé, Instituto Escolhas, Embrapa Amazônia Ocidental e outros. Todos, segundo Roberto Waack, focados em atuar nas suas respectivas áreas para levar a Amazônia ao centro das discussões.
"Não somos apenas uma concertação, mas sim um campo onde ações de diversas entidades se encontram e assim saem mais fortes. Há iniciativas voltadas para mobilização dos eleitores, pesquisas de opinião, campanhas em prol da Amazônia e agora estamos pensando eventos culturais que tenham como tema a região com artistas plásticos e da música", comenta o filantropo.
Por fim, ele garante que há conversas atualmente com diversos setores políticos, com destaque para os evangélicos e até mesmo com integrantes do agronegócio. "Tudo ocorre a partir dessa nossa rede de organizações", pontua Waack.

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