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Davi Kopenawa afirma que saúde indígena vem piorando há 4 anos

Folha de Boa Vista
06 de Nov de 2007

Presidente da Associação Hutukara Yanomami, Davi Kopenawa disse que a situação atual da saúde indígena nas aldeias é preocupante. Segundo ele, continua faltando medicamento e deveria haver mais investimento para comprar nebulizadores e microscópios.

O líder indígena falou sobre a atual situação da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), órgão sob intervenção depois da ação da Polícia Federal que investiga possibilidade de fraude em licitações.

Na avaliação dele, o coordenador definitivo da fundação deve ser alguém conhecido dos povos indígenas. "Não conheço ninguém de nossa confiança e queremos quem esteja disposto a se sensibilizar com a realidade dos povos indígenas", ressaltou.

Kopenawa reclama que há quatro anos as ações para saúde indígena nas aldeias estão piorando. "É uma falha da Funasa. Na nossa opinião, todo o sistema de atendimento deveria ficar a cargo de uma ONG, uma Organização Não-Governamental. E não ter nenhuma ligação com a fundação", disse.

Sobre os recursos da Funasa, Kopenawa ressalta que há muito dinheiro, mas falta melhor administração. Segundo ele, os povos indígenas não entendem os gastos de logística e, paralelo a isso, os prestadores de serviço - "que cuidam da saúde de todos da nossa família-"- ficam com salário atrasado.

Conforme defende o presidente da associação, a situação da saúde indígena precisa melhorar. Disse que não está satisfeito com o trabalho realizado pela Funasa sobre a saúde indígena.

Lembrou ainda da inauguração da Casai (Casa do Índio), mês passado, dias antes da deflagração da Operação Metástase, quando presidente da Funasa esteve em Roraima. Segundo o líder indígena, que não participou da inauguração naquela data porque estava fora do Estado, "é preciso investir também na saúde indígena nas aldeias".

Afirmou que as doenças mais comuns atualmente nas comunidades indígenas são: gripe, disenteria e verminose. Segundo Davi Kopenawa, os pólos-base de saúde funcionam somente com dois auxiliares de enfermagem e, para atender melhor a população, seriam necessárias equipes formadas com médico, enfermeiro e técnicos.

Para enfrentar esta realidade, Kopenawa disse que os pajés se mobilizam, mas não conseguem curar verminose nem pneumonia. "Isso só com remédio", disse.

Davi Kopenawa disse que ainda não conversou com a comissão interventora da Funasa. Conforme o líder indígena, esse encontro só acontecerá quando for convidado.

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