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Crise faz empresa de Eike suspender investimento em porto

FSP, Dinheiro, p. B7
04 de Out de 2008

Crise faz empresa de Eike suspender investimento em porto

DA SUCURSAL DO RIO

A crise nos mercados financeiros e o crédito escasso no mundo levaram a LLX, uma das empresas de Eike Batista, a anunciar a suspensão dos investimentos no Porto Brasil, terminal portuário localizado no município de Peruíbe (SP).
A decisão da companhia foi mal recebida pelo mercado. As ações da empresa de logística caíram 25,92% ontem e fecharam cotadas a R$ 1,20.
O presidente da LLX, Ricardo Antunes, afirmou que a empresa não pretende abandonar o projeto e que a decisão não foi motivada por problemas de caixa. Segundo a empresa, o caixa consolidado é de R$ 380 milhões. "Todos estão cientes do estado atual do mercado financeiro e da pouca disponibilidade de crédito. A empresa decidiu concentrar os seus esforços nos dois projetos que já estão estão sendo implementados", disse em referência ao porto do Açu e ao porto do Sudeste, com início previsto para 2010 e 2011, respectivamente.
Segundo a empresa, a suspensão do projeto Porto Brasil reduzirá em 50% a demanda de investimento total da LLX, que passará de US$ 3,9 bilhões para US$ 2 bilhões, além de diminuir o fluxo de desembolsos da companhia no curto prazo.
Os problemas no projeto do Porto Brasil não começaram com a crise nos mercados financeiros. A empresa enfrentou entraves com o terreno do empreendimento, envolvido em pendências jurídicas.
A LLX anunciou ontem que o conselho de administração da empresa terá reunião até o fim do ano para aprovar emissão de ações em volume necessário para a construção do Porto do Açu e do Porto do Sudeste.
Segundo Antunes, a empresa "não dependerá do humor do mercado" porque os controladores, Eike Batista e o Ontario Teachers" Pension Plan já se comprometeram com o aumento de capital. "Estamos adotando uma atitude bastante conservadora e prudente dada a situação atual do mercado."
Antunes enfatizou que espera contar com recursos do BNDES que representariam cerca de 75% do investimento.
Recentemente o empresário Eike Batista fez declarações minimizando os efeitos da crise sobre os papéis de suas empresas. Segundo a Economática, desde a abertura de capital o valor de mercado da LLX caiu 66,94% até a última quinta, quando valia R$ 580 milhões.
O mesmo ocorreu com outras empresas do grupo. A MMX, focada em mineração, teve queda de 44,30% no mês passado, e a MPX Energia acumulou recuo de 47,70%.
Segundo Antonio Bezerra, analista da corretora Ativa, a queda nas ações da LLX está relacionada ao receio de que ela já esteja enfrentando dificuldades para captar recursos. Para o analista, as empresas são penalizadas em razão da queda das commodities. "São empresas novas, voltadas para commodities como minério de ferro e petróleo, que são bastante afetadas pela perspectiva de menor crescimento da economia mundial", disse. (JANAINA LAGE)

FSP, 04/10/2008, Dinheiro, p. B7

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