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Autor: Priscilla Costa
20 de Out de 2017
Unidades de Conservação ficam no entorno de Tapacurá e somam mais de 900 hectares de Mata Atlântica
Trinta anos após a criação das cinco Unidades de Conservação (UCS) que ficam no entorno de Tapacurá, em São Lourenço da Mata, no Grande Recife, a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) lança, nesta sexta-feira (20), o plano de manejo para cada área, ao mesmo tempo que empossa o conselho gestor que irá gerenciar as ações prioritárias de conservação contidas no documento.
É esse plano que norteia as regras de ocupação e uso dos recursos naturais, de acordo com o grau de proteção da UC. A novidade encerra a terceira edição da Semana das Unidades de Conservação de Pernambuco, iniciada na última segunda-feira (16), a fim de dar visibilidade ao tema e a importância de protegê-las.
Inseridas na categoria Refúgio da Vida Silvestre (RVS), uma das mais rígidas do Sistema Nacional Unidades de Conservação da Natureza (Snuc), as UCs que ganharão reforço em sua proteção ambiental são: Mata de Tapacurá, Engenho de Tapacurá, Oiteiro do Pedro, Camucim e Mata do Toró.
Juntas, somam uma área de Mata Atlântica igual a 911 campos de futebol. Como o próprio nome diz, essas matas servem de refúgio para a biodiversidade. Inclusive, para espécies ameaçadas de extinção, como o pintor- verdadeiro e o picapauzinho-canela. Para se ter uma ideia do grau de proteção de uma RVS, seu uso é permitido apenas para atividades de ecoturismo, como trilhas, e pesquisas acadêmicas.
Para o geógrafo e coordenador de projetos do Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan), Joaquim Freitas, a iniciativa da CPRH é louvável, à medida que se nota um esforço da gestão estadual em reforçar a proteção das áreas protegidas criadas. Porém, observa, mais importante que empossar os conselheiros, é estabelecer uma agenda fixa de atuação.
"O conselho serve para haver uma gestão compartilhada entre governo e sociedade. É quem delibera, opina, contribui com ideias, fiscaliza, ou seja, garante que ações prioritárias de um plano de manejo saiam do papel. Então, se é para criar conselhos gestores, que eles funcionem na prática", avalia Freitas.
A criação de corredores ecológicos para interligar as cinco áreas, provavelmente, está como uma das primeiras ações a serem feitas, adianta o diretor de recursos florestais e biodiversidade da CPRH Walber Santana. "Tratam-se de florestas ombrófilas, ou seja, composta de grandes árvores e de mata densa. Interligar essas áreas vai proteger mananciais, fauna e flora", destaca.
Recategorização
Embora criadas em 1987, as cinco UCs passaram por um processo de recategorização com a implantação do Sistema Estadual de Unidades de Conservação (Seuc) em 2009. Dois anos após, quando as áreas foram enquadradas na legislação, deu-se início aos estudos técnicos que definiram como Refúgio da Vida Silvestre a categoria mais apropriada para as unidades. Do total de 81 UCs estaduais, 31 são RVSs.
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