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COP da Biodiversidade termina com compromisso de países ricos

OESP, Vida, p. A24
20 de Out de 2012

COP da Biodiversidade termina com compromisso de países ricos
Eles aceitaram duplicar, até 2015, ajuda financeira aos países em desenvolvimento para ações pró-biodiversidade

GIOVANA GIRARDI

Os países reunidos na 11.ª Conferência das Partes (COP) da Biodiversidade em Hyderabad, Índia, chegaram a um acordo ontem à noite (já madrugada de sábado no horário local) para dobrar a ajuda financeira de países desenvolvidos aos países em desenvolvimento para financiar ações em prol da biodiversidade.
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O compromisso acordado é de duplicar, até 2015, a média do valor gasto por essas nações entre 2006 e 2010 com a questão. E manter ao menos nesse nível até 2020. Não foram geradas obrigações para os países emergentes, mas o texto encorajou que todos, pobres e ricos, aumentem seus investimentos para conter a perda de biodiversidade.
Esse é o objetivo principal das chamadas metas de Aichi - 20 compromissos acordados por esses mesmos países há dois anos na COP10, em Nagoya (Japão). O aumento de investimento definido agora visa justamente a auxiliar as nações no cumprimento dessas metas até 2020. Entre elas está, por exemplo, a criação de áreas protegidas em 17% das áreas terrestres do mundo e em 10% das marinhas.
Para Francisco Gaetani, secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e chefe da delegação brasileira no evento, foi um bom acordo se for levada em conta a crise econômico-financeira que a Europa está sofrendo. "Houve uma manutenção do compromisso desses países de continuar investindo em biodiversidade e isso é bem animador", disse.
Na prática isso significa que a União Europeia, por exemplo, vai investir 3 bilhões adicionais ao que já gasta com biodiversidade pelos próximos anos.
Apesar de comemorado pelas nações presentes, o valor está bem aquém de cálculos feitos pela própria Convenção da Diversidade Biológica, que chegou a estimar em US$ 600 bilhões o custo só para cumprir a meta das áreas protegidas. Estudo divulgado na revista Science na semana passada previu que para cumprir aquela meta e a redução do risco de extinção de todas as espécies ameaçadas seriam necessários US$ 81 bilhões por ano.
Para Gaetani, esses números podem representar o que é necessário, mas não reflete o que os países podem doar. "De todo modo, haverá uma revisão em 2015 desses valores e a expectativa é que aumente mais."
Além disso, a expectativa é que também haja investimento de setores privados, bancos de financiamento, governos locais, além de políticas públicas que promovam o desenvolvimento sustentável. O Banco Mundial, na quinta-feira, divulgou um estudo mostrando que abordagens nesse sentido podem ser mais eficazes. Eles citam o exemplo do Estado do Acre, que reduziu em 70% as taxas de desmatamento e aumentou o PIB em 44% entre 2003 e 2008 como resultado da diminuição do corte ilegal de árvores.

OESP, 20/10/2012, Vida, p. A24

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,cop-da-biodiversidade-termi…

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