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Continua o impasse para a desocupação do Museu do Índio

O Globo, Rio, p. 19
22 de Mar de 2013

Continua o impasse para a desocupação do Museu do Índio
Governo faz proposta mas indígenas querem continuar no local

RENATA LEITE
renata.leite@oglobo.com.br

No último dia de negociações entre o governo do estado e o grupo de 22 indígenas que vivem no casarão em ruínas que abrigou o Museu do Índio, no Maracanã, a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos apresentou uma nova proposta como ultimato para a saída pacífica do grupo do imóvel. O órgão afirmou que já identificou três terrenos, um em Bonsucesso, outro em Jacarepaguá e o terceiro no Maracanã, como opções para a construção de um abrigo provisório para o grupo até que esteja pronto o Centro de Referência da Cultura Indígena, na Quinta da Boa Vista.
- Oferecemos tudo para que esse impasse fosse resolvido. Transporte, hospedagem e a construção do Centro de Referência. Esta é a nossa última proposta. Não temos mais o que ofertar. O grupo deve deixar o imóvel comprado pelo governo do estado ainda hoje (ontem) - disse o secretário Zaqueu Teixeira.
Zaqueu disse estar desapontado com a Fundação Nacional do Índio (Funai), que, segundo ele, apesar de acionada, não teria participado das discussões em momento algum.
Os indígenas, por sua vez, voltaram a manifestar sua vontade de continuar no local. O grupo quer uma garantia de que o imóvel será recuperado e que será usado exclusivamente para a promoção da cultura indígena. Uma proposta redigida ontem foi levada ao secretário no fim da tarde. O texto prevê a utilização do casarão como uma embaixada indígena aberta a todas as etnias existentes no Brasil. Pede ainda que um especialista vá ao prédio para avaliar se é possível a construção de um alojamento provisório dentro do próprio terreno para que o edifício possa ser restaurado. O prazo para a saída do local venceu anteontem às 23h59m.
Até o fim da noite de ontem, no entanto, o grupo permanecia no casarão. A expectativa na aldeia era que a desocupação fosse realizada às 6h de hoje pelo Batalhão de Choque da PM. Parte dos indígenas, no entanto, afirmou que resistiria ao despejo pacificamente.

O Globo, 22/03/2013, Rio, p. 19

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