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Colômbia não pára fumigação de coca

JB, Internacional, p. A8
19 de Mai de 2005

Colômbia não pára fumigação de coca
Equador teme riscos para a população

A Colômbia não tem previsão de suspender a fumigação dos cultivos de coca com o defensivo glifosato na fronteira com o Equadro, conforme solicitação do governo de Quito. A informação foi divulgada pelo vice-presidente colombiano, Francisco Santos, que encarregou a chancelaria de comunicar a decisão ao país vizinho.
Tanto o novo ministro das Relações Exteriores do Equador, Antonio Parra Gil, quanto seu colega do Interior, Maurício Gandara, haviam pedido formalmente a Bogotá que suspendesse o lançamento do glifosato. A medida duraria até que estudos mostrassem o impacto sobre os ecossistemas locais e a população.
- Nossa política sobre esse assunto é claríssima, e será mantida. O relatório da OEA, feito por especialistas internacionais afirma que esse efeito é nulo. Isso nos deixou mais tranqüilos - afirmou Santos à rádio Caracol.
Segundo o ministro, o informe da Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas (CICAD) descartou a ocorrência de efeitos secundários do glifosato na saúde humana. O mesmo relatório acusa os narcotraficantes de estarem lançando defensivos para anular o herbicida.
Estudos feitos por ambientalistas e pesquisadores equatorianos afirmam o contrário. Garantem ter detectado inúmeros casos de doenças provocadas não pelo glifosato em si, mas por erros na sua aplicação. Os pesquisadores descobriram que o herbicida está sendo lançado em concentrações três vezes maiores que as recomendadas, associados a substâncias chamadas surfactantes, que auxiliam a dispersão, igualmente tóxicas.
O novo governo do Equador, com base nesses estudos, vem insistentemente pedindo à Colômbia que restrinja a fumigação aos cultivos de coca a uma faixa de 10 km da fronteira. Durante a administração de Lucio Gutierrez, o país fechou um acordo com Bogotá pelo qual o tema seria investigado por uma comissão bilateral. O grupo não começou a trabalhar e, enquanto isso, o lançamento de produtos químicos - realizado por aviões americanos - continua.

JB, 19/05/2005, Internacional, p. A8

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