Coiab-Manaus-AM
29 de Ago de 2005
A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), realizou no dia 26 de agosto de 2005, na sede da Associação de Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro Numiá-Kurá (Amarn), em Manaus, a cerimônia de entrega de certificados para a primeira turma do Programa de Formação e Treinamento de Agentes Ambientais Indígenas. Fazem parte da turma três lideranças jovens: Lucivaldo Oliveira Karo Munduruku, 22, da Associação Indígena Pahihi'p (AIP), Aldeia Praia do Mangue, Itaituba, Pará; Simeão Parinê'ëdi Pini'awaé, 24, da Coordenação das Organizações Indígenas Xavante (Cix), Aldeia Nossa Senhora da Guia-Hu'unhi, Barra dos Garças, Mato Grosso; Renato Sikrbowê Xerente, 20, da União Indígena Xerente (Unix), Aldeia Baixa Fundo, Tocantina, Tocantins.
Coordenado pelo Departamento Etnoambiental da Coiab, o Programa busca tornar o movimento indígena auto-suficiente no que se refere a recursos humanos na área ambiental, contando com técnicos próprios, atuando nas suas próprias comunidades. A expectativa é que os novos agentes ambientais atuem na resolução dos problemas enfrentados pelos povos indígenas, em nível local ou regional, através da produção de pareceres técnicos, do repasse de informações, do acompanhamento de debates sobre políticas de desenvolvimento com impactos sobre as terras indígenas e da promoção de diálogos entre atores sociais e comunidades indígenas.
Com o Programa a Coiab pretende criar condições para a participação e intervenção de lideranças indígenas nas discussões de políticas públicas e nos debates sobre a importância dos povos indígenas para a proteção do meio ambiente amazônico. Se propõe ainda dar ênfase ao fortalecimento da identidade cultural e ao exercício político e democrático de defesa dos direitos indígenas, favorecendo o aprimoramento dos conhecimentos e das funções exercidas pelas lideranças nos seus espaços de atuação.
O Programa permitiu nesses primeiros doze meses que a Coiab, através do Departamento Etnoambiental, estabelecesse vínculos de cooperação técnica e científica na área ambiental com instituições de ensino e pesquisa. Permitiu também manter vínculos permanentes com as bases, acompanhar análises de impactos ambientais e conhecer projetos em andamento acerca da questão ambiental, da biodiversidade e do uso sustentável dos recursos naturais em Terras Indígenas.
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