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Autor: Julia Munhoz
22 de Jun de 2010
O clima é tenso na cidade de Sapezal (480 km de Cuiabá) onde índios da etnia Enawenê-Nawê estão acampados aguardando uma reunião com representantes da Funasa, Funai e da Juruena Construções, detentora de cinco Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH's), pertencente ao empresário Carlos Avalone e uma sexta PCH, que pertence ao ex-governador Blairo Maggi (PR). Os manifestantes estão no Centro de Tradições Gauchas (CTG), da cidade.
De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Sapezal, os índios aguardam para a reunião, que deve ser realizada ainda nesta terça-feira (22). Os Enawenê-Nawê moram em Juína, mas partes das terras da etnia estão localizadas em Sapezal. A assessoria do prefeito César Maggi, fez questão de ressaltar que mesmo tendo grau de parentesco com Blairo, não haverá interferência do município, pois os índios solicitaram reunião com as empresas.
Conforme informação de fontes que acompanham a manifestação dos indígenas a Polícia Federal está no local para apaziguar os ânimos, pois os índios estão revoltados com a contaminação causada ao leito do rio Juruena pela instalação das PCH's.
O embate entre empresários e indígenas não é recente. A tribo Enawênê Nawê realiza no rio Juruena um dos mais importantes rituais indígenas da atualidade, o Yaõkwa, que foi recentemente reconhecido como patrimônio imaterial pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Natural (Iphan). Mas está ameaçado pela construção das PCH's.
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