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Cidade americana entra com ação contra estatal nos EUA

Valor Econômico, Empresas, p. B3
18 de Ago de 2015

Cidade americana entra com ação contra estatal nos EUA

Por Camila Maia

O fundo de pensão da cidade de Providence, capital do estado de Rhode Island, ajuizou a segunda ação coletiva ("class action") contra a Eletrobras nos Estados Unidos, representando os acionistas que compraram recibos de ações da companhia na bolsa de Nova York (ADRs).
Diferentemente do primeiro processo, esse ampliou consideravelmente o número de potenciais membros da "classe", ao representar todos os acionistas que compraram ADRs entre 17 de agosto de 2010 e 24 de junho deste ano.
A primeira ação coletiva contra a Eletrobras foi ajuizada em 22 de julho, em nome do acionista James Franklin, representando também todos os que compraram ADRs entre 10 de fevereiro de 2014 e 29 de abril de 2015.
Ao ampliar a ação de um ano para cinco anos, a cidade de Providence pode aumentar os custos que a Eletrobras terá com a ação, já que uma possível indenização seria proporcional ao período da classe de acionistas.
A Eletrobras é acusada de violar determinadas leis do mercado de capitais dos Estados Unidos. A ação alega que a estatal se envolveu em um esquema "massivo de corrupção e propina", que atingiu os maiores níveis administrativos dentro da empresa e também dentro do governo brasileiro.
"O esquema envolve pagamentos de propina e suborno em projetos multibilionários de construção controlados pela Eletrobras e suas subsidiárias", diz o texto. São citados pagamento de propina na construção de "pelo menos três projetos": Angra 3, hidrelétrica Belo Monte e hidrelétrica Jirau.
Apesar do suposto envolvimento com atividades ilegais, a Eletrobras assegurava a seus investidores seu compromisso com decisões corporativas baseadas nos "princípios de ética, transparência, integridade, lealdade, imparcialidade, legalidade e eficiência".
As denúncias do envolvimento da Eletrobras no contexto da Operação Lava-Jato e com as investigações da Petrobras também são citadas pela ação.
"Durante o período da classe, enquanto grandes projetos da Eletrobras foram usados para financiar o esquema de corrupção e propina, a companhia repetidamente assegurou aos investidores que os custos adicionais eram parte de procedimentos normais, e que os contratos eram negociados de modo justo com as construtoras", afirma a ação.
O fundo de pensão administra "centenas de milhões de dólares" em ativos em nome dos beneficiários, que incluem funcionários públicos ativos, aposentados e seus dependentes. O fundo, representado pelo escritório americano de advocacia Kaplan Fox & Kilsheimer, comprou ADRs da Eletrobras durante o período e por isso quer liderar a ação coletiva.
Em dezembro, a cidade de Providence também entrou com uma ação coletiva contra a Petrobras, mas perdeu o posto de investidor líder da ação para o fundo de pensão britânico Universities Superannuation Scheme (USS).
Além da Eletrobras, são réus José da Costa Carvalho Neto, presidente da estatal, Armando Casado, diretor financeiro, e José Antonio Muniz Lopez, atual diretor de transmissão e presidente da companhia entre 2008 e 2011.

Valor Econômico, 18/08/2015, Empresas, p. B3

http://www.valor.com.br/empresas/4183738/cidade-americana-entra-com-aca…

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