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CGE realiza oficina com jovens indígenas do nordeste

Funai-Brasília-DF
11 de Mar de 2005

A melhoria da educação escolar nas aldeias e o incentivo às atividades de desenvolvimento comunitário estão entre as maiores reivindicações dos jovens Wassu-Cocal, Xucuru-Kariri, Geripankó, Kariri-Xokó,Tingui-Botó,Karapotó e Xokó de Alagoas e Sergipe, apresentadas nas oficinas realizadas pela Coordenação-Geral de Educação, entre os dias 21 de fevereiro e 4 de março em suas respectivas aldeias. As oficinas são parte da mais nova ação da Fundação Nacional do Índio na área da Educação, que tem como objetivo assegurar a participação de jovens indígenas na formulação de políticas públicas, como atores partícipes, buscando alternativas de sustentabilidade dentro do contexto das comunidades, visando o fortalecimento da cultura e das atividades tradicionais, propiciando a melhoria da qualidade de vida, observando os seus direitos sociais básicos.

A saída dos jovens para estudar fora da aldeia tem causado vários problemas aos estudantes indígenas, que vão desde o envolvimento com pequenos delitos, ao uso de drogas, desagregação familiar e introdução nas aldeias de doenças sexualmente transmissíveis. Essa constatação se deu a partir do estreitamento da relação da CGE com as unidades executivas regionais que acompanham os estudantes fora das aldeias, de demandas dos Conselhos Tutelares com populações indígenas, além de reivindicações das organizações indígenas, culminando com a inclusão da ação de atendimento a jovens e adolescentes em situação de risco no Plano Plurianual 2004-2007.

Em clima de reclamações e alegria com apresentações da dança ritualística Toré os jovens indígenas apresentaram um quadro da situação que enfrentam, mostrando como estão vivendo e seus anseios com relação ao futuro. O clima seco do agreste e do sertão dificulta ainda mais as atividades econômicas dos povos indígenas nordestinos, que têm a agricultura como a maior fonte de renda. Os alunos que conseguem estudar fora da aldeia e concluem o segundo grau retornam para as suas áreas, mas não conseguem emprego: "quando falamos que somos índios o emprego desaparece", conta um jovem Tingui-Botó.

Essas e outras adversidades não desanimam os jovens indígenas, que têm o ritual do Ouricuri como fonte de fortalecimento religioso e cultural, dando-lhes força para enfrentar as dificuldades da vida de sertanejo indígena, sempre relutando em deixar as suas aldeias e acreditando em soluções simples que tragam melhor qualidade de vida tais como: orientações que propiciem maior rentabilidade na agricultura, oficinas de corte e costura, incentivo à produção de artesanato. Orientação sexual e psicológica para os casos de alcoolismo, também estão incluídas nas reivindicações dos jovens indígenas assim como alternativas de lazer. O próximo passo já esta marcado com reuniões de grupos de interesse que vão elaborar propostas conforme a realidade de suas comunidades.

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