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Caminhão de obra do Rodoanel afunda na Billings

OESP, Metrópole, p. C10
06 de Dez de 2007

Caminhão de obra do Rodoanel afunda na Billings
Ambientalistas alertam para risco de vazamento de diesel na represa

Camilla Rigi

Um caminhão carregado com 15 toneladas de pedras afundou no começo da semana na Represa Billings. O motorista Igor Marin da Cunha, de 19 anos, diz que parte do acesso construído como apoio às obras de uma ponte do Trecho Sul do Rodoanel, em São Bernardo do Campo, cedeu. Já a Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), estatal responsável pelas obras, atribui o acidente à imperícia do condutor.

O acidente ocorreu ao meio-dia de segunda-feira, mas a previsão é que o veículo seja retirado da água apenas hoje. Esse tipo de acidente foi uma das preocupações apontadas por ambientalistas ao Estado há duas semanas, quando foi mostrado o represamento causado pelas duas estradas construídas próximas ao bairro Bororé.

Os acessos, de 200 metros cada, servem para ligar o continente a uma ilha, onde serão erguidos pilares para uma ponte de 1.800 metros. "Estava indo de ré para a ilha quando a beirada da pista cedeu", explicou o motorista. Ele trabalha há dois meses na obra e diz que a pista, estreita, tinha afunilamento não sinalizado. Cunha teve ferimentos leves. Como o veículo é particular, o seguro da empresa não cobre o acidente. "Nem acabei de pagá-lo", lamenta.

A Assessoria de Imprensa da Dersa admitiu que "houve pequeno vazamento de óleo diesel", mas garante que não haverá conseqüências ambientais. Bóias de contenção foram colocadas no local. Quanto aos prejuízos, a Dersa informou que a transportadora que contratou o autônomo deve se responsabilizar.

Segundo o delegado Mitiaki Yamamoto, do 8o DP de São Bernardo, aparentemente não houve vazamento do combustível, mas o local foi periciado. Laudo deve ser concluído em 15 dias. Para a coordenadora da Rede de Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, o acidente evidencia falta de cuidado com a obra. "O EIA-Rima (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto no Meio Ambiente) normalmente prevê riscos, mas o papel aceita tudo. O problema será maior se tiver vazado diesel", alerta, lembrando que, nesses casos, a Cetesb deve isolar o local.

Segundo o motorista Cunha, havia pelo menos 400 litros de combustível no caminhão.

OESP, 06/12/2007, Metrópole, p. C10

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