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Calamidade, e Amazonas apela as Forcas Armadas

OESP, Nacional, p. A14
12 de Out de 2005

Calamidade no Amazonas, e até porto muda de lugar
Estiagem baixa o nível do Rio Solimões e obriga a cidade de Tabatinga a transferir ancoradouro; estado de calamidade pública continua em todo o Estado
Liege Albuquerque
Tabatinga, na fronteira com a Colômbia, é um dos 15 municípios amazonenses em estado de alerta por causa da pior seca no Estado desde os anos 40. O nível do Rio Solimões baixou tanto que a prefeitura foi obrigada a improvisar um novo porto para a cidade. "Desde 16 de setembro o flutuante (local onde os barcos atracavam) está em terra firme. Mas, conseguimos improvisar um novo ancoradouro", afirmou o chefe de Gabinete da prefeitura de Tabatinga, Manoel Góes dos Santos.
Como o rio está raso, os barcos não podem navegar a toda velocidade e o trajeto Manaus-Tabatinga, que leva 4 dias, está sendo feito em 5.
A estiagem prolongada continua provocando prejuízos no Amazonas. Anteontem o governador Eduardo Braga (PMDB) decretou estado de calamidade pública nas hidrovias e nos 62 municípios amazonenses. O número de municípios em estado de emergência se manteve: Atalaia do Norte, Anori, Caapiranga e Manaquiri, no Solimões.
São 19 as cidades em estado de alerta: Tabatinga, Benjamin Constant, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá, Jutaí, Tefé, Coari, Cadajás e Anamã, no Rio Solimões; Canutama, Lábrea, Tapauá e Boca do Acre, no Rio Purus; Envira e Ipixuna, no Rio Juruá; Humaitá, Manicoré, Novo Aripuanã e Nova Olinda do Norte, no Rio Madeira.
As informações são do comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas e coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Franz Marinho Alcântara. Segundo ele, os maiores problemas enfrentados pela população é a falta de água potável, alimentos, medicamentos e combustível. O coronel informou que 150 bombeiros militares estão trabalhando no socorro às comunidades isoladas pela vazante dos rios.
O governador se reuniu com o comandante militar da Amazônia, general Figueiredo. Um dos pontos da pauta foi o apoio do Exército às ações emergenciais no interior. Segundo o assessor de Comunicação do Ministério da Integração Nacional, Luís Cláudio Cicci, a Secretaria Nacional de Defesa Civil já entrou em contato com os ministérios da Defesa, da Agricultura e da Saúde para viabilizar a distribuição de água potável, alimentos e remédios.
PEIXE-BOI
Mais de cem peixes-boi morreram na vazante dos rios do Amazonas este ano, segundo a expedição Salve o Peixe-Boi da Amazônia, promovida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O barco não conseguiu chegar aos principais locais de onde partiam as denúncias devido à seca dos rios e nenhum flagrante foi verificado. Mas no trabalho educativo junto às comunidades, os ribeirinhos ajudaram a contabilizar o número de animais mortos.

OESP, 12/10/2005, p. A14

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