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Cabral diz que 'jamais' vai aceitar desvio de água do Rio

FSP, Cotidiano, p. C1
21 de Mar de 2014

Cabral diz que 'jamais' vai aceitar desvio de água do Rio
Governador reage a proposta de Alckmin de captar água do Paraíba do Sul para SP
Projeto visa atenuar crise de abastecimento paulista; tucano diz que é preciso aproveitar melhor os recursos

Osni Alves do Rio Lucas Sampaio de Campinas

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), disse que "jamais permitirá que se retire água que abastece o povo fluminense" e que "nada que prejudique o abastecimento das residências e empresas do Estado será autorizado".
As afirmações, feitas ontem por meio do Twitter, se referem à proposta de transposição do rio Paraíba do Sul, feita pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em meio à ameaça de racionamento no Estado de São Paulo.
O tucano pediu à presidente Dilma Rousseff (PT) aval federal para captar parte da água que abastece o Rio.
O Palácio do Planalto pediu uma análise da ANA (Agência Nacional de Águas).
Na quarta-feira, Cabral tinha dito que, antes de decidir se concordaria com a proposta, esperaria laudos técnicos de órgãos ambientais.
Antes da declaração do governador do Rio, Alckmin afirmou que o Estado também seria beneficiado.
Isso porque, pelo projeto, quando faltar água para o Rio e houver excesso no sistema Cantareira, que abastece 8,8 milhões de pessoas na Grande SP, também haveria uma transferência semelhante.
"Vamos dar todas as garantias e garantir as vazões mínimas [do rio Paraíba]", disse Alckmin. "É preciso ter um aproveitamento melhor das águas. O Rio de Janeiro também será beneficiado."
"Interligando dois grandes reservatórios, todos ganham. Há uma sinergia", afirmou.
Alckmin admite, porém, que o Cantareira seria mais beneficiado. "Claro que o Paraíba é maior. É um gigante. Ele vai mais ajudar do que ser ajudado", disse, em referência à bacia que é responsável por abastecer 15 milhões de pessoas, 11 milhões só no Rio.
Pelo plano de Alckmin, a interligação do Cantareira com a bacia do Paraíba do Sul demoraria 18 meses para sair do papel --e seria responsabilidade da Sabesp, pelo custo de R$ 500 milhões.
O plano de recursos hídricos do Rio prevê que a demanda local por água aumentará até 40% nos próximos 16 anos.
Gerente de meio ambiente da Firjan (Federação das Indústrias do Rio), Luis Augusto Carneiro Azevedo afirma que o Estado é pobre em alternativas de abastecimento.
"Enquanto o sistema de São Paulo tem nove alternativas, o Rio tem apenas uma, que é o próprio Paraíba do Sul."
Professor de engenharia sanitária da Uerj (Universidade do Estado do Rio), Adacto Ottoni considera que o problema não é o baixo nível dos rios e reservatórios, mas a ingerência de governos sobre os recursos hídricos.

FSP, 21/03/2014, Cotidiano, p. C1

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/157432-cabral-diz-que-jamais…

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