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Brasil ganha primeiro mapa de seus biomas

OESP, Geral, p.A16
22 de Mai de 2004

Brasil ganha primeiro mapa de seus biomas Lá estão a Amazônia, o cerrado, a mata atlântica, a caatinga, o pampa e o pantanal
GILSE GUEDES e TÂNIA MONTEIRO
BRASÍLIA - Em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou ontem, em cerimônia no Palácio do Planalto, o primeiro mapa dos seis biomas continentais brasileiros (Amazônia, cerrado, mata atlântica, caatinga, pampa e pantanal) e a terceira edição do mapa de vegetação do Brasil. Eles servem de base para estudos e conservação do meio ambiente.
O diretor do IBGE, Guido Gelli, destacou a importância dos mapas, em especial o dos biomas. "Ele delimita oficialmente as seis áreas, que são o conjunto de vida vegetal e animal definido de acordo com os tipos de vegetação e condições geoclimáticas. Com isso, podemos definir melhor os tipos de ações em cada área, como conservação e exploração", explicou.
Segundo ele, o mapa já serviu de base para a aprovação da primeira lei de proteção da mata atlântica.
"Queremos oferecer à população o conhecimento sobre os valores de cada área, de forma a conhecer para preservar", acrescentou. O maior bioma é o da Amazônia, com 4.196.943 km2. Em seguida, vêm os do cerrado, mata atlântica, caatinga, pampa e pantanal. "Com esse mapa, podemos verificar que não bastam apenas campanhas de preservação da Amazônia, mas temos de valorizar também o cerrado, com 2.036.448 km2 quadrados."
Já a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que o mapa dos biomas vai orientar onde deve ser concentrado o esforço de compatibilização de desenvolvimento com inclusão social e preservação do meio ambiente. "Se considerarmos que hoje só temos 7% da mata atlântica, temos de ser cautelosos em relação aos biomas que podem ser protegidos", declarou.
O mapa de vegetação foi lançado pela primeira vez em 1988, revisado em 1993 e agora relançado com novos dados. Na cerimônia, realizada no Dia Internacional da Diversidade Biológica, a ministra e o presidente em exercício, José Alencar, assinaram decreto definindo 900 áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade.
Preservação - Marina também anunciou outras medidas tomadas: o envio de mensagem do presidente da República a líderes mundiais para reforçar a campanha internacional pela criação do santuário de baleias do Atlântico Sul, o lançamento da primeira lista nacional de invertebrados aquáticos e peixes ameaçados de extinção e a ampliação do Parque Grande Sertão Veredas (MG).
Na carta, Lula diz que a criação do santuário de baleias "contribuirá para uma maior cooperação internacional na pesquisa científica" e ressalta a "preocupação com a responsabilidade intransferível da humanidade com a conservação da biodiversidade, (...) por seu papel na manutenção dos processos ecológicos e dos serviços ambientais que sustentam o equilíbrio ecológico e as sociedades humanas".
A instrução normativa que trata das espécies ameaçadas relaciona os pescados que estão proibidos de ser capturados por Estado. Constam dessa lista - ou da dos que só podem ser pescados com autorização especial do Ibama - alguns tipos de cação, piau, lambari, piaba, cascudo, pacu, bagre, bagrinho e surubim. A pesca deste, por exemplo, está proibida em Minas, no Rio Grande do Sul, em São Paulo e Santa Catarina. Em São Paulo, está proibida, ainda, a pesca de bagre-cego, cioba e piaba.

OESP, 22/05/2004, p. A16

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