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13 de Fev de 2020
Greenpeace condenou fato de governadores não integrarem mais o conselho. Bolsonaro chamou ONG ambiental de lixo.
O presidente Jair Bolsonaro comentou nesta quinta-feira (13), pela primeira vez, as críticas à estrutura do novo do novo Conselho da Amazônia Legal.
De manhã, na saída do Palácio da Alvorada, o presidente foi questionado sobre a exclusão dos governadores do conselho. Bolsonaro disse que a presença deles não ajudaria em nada, mas que irá consultá-los.
"Se quiser que eu bote governadores, secretários de grandes cidades, vou ter 200 caras. Sabe o que vai resolver? Nada. Tem bastante ministro, nós não vamos tomar a decisão sobre o Amazonas, estado do Amazonas, sem conversar com o governador, com a bancada do estado. Agora, está lá o general Mourão, que já serviu na região, é vice-presidente, custo zero, que vai ser usada toda a estrutura dele para se antecipar problemas, ajudar no desenvolvimento", disse Jair Bolsonaro.
O presidente disse ainda que está avaliando a sugestão de criar o Ministério Extraordinário da Amazônia.
Em Roraima, o vice-presidente, Hamilton Mourão, também comentou sobre a retirada dos governadores.
"Os governadores não foram retirados, até porque o todo mundo tinha esquecido que havia um Conselho da Amazônia. Vocês busquem aí quando que esse conselho se reuniu. A visão do presidente e a tarefa que ele me deu é a coordenação de nível federal. Nós não vamos agora interferir dentro do princípio básico do federalismo na vida dos Estados. Mas eu vou de estado a estado ouvir os governadores. Primeiro é Roraima, depois Amazonas, Pará, Amapá, Maranhão, Tocantins, Rondônia, Acre".
Em nota, o governador do Amapá, Waldez Góes, do PDT, contestou o vice, Hamilton Mourão, e o presidente Bolsonaro. Góes disse que considera a declaração do presidente da República inadequada e que "a representatividade do Conselho Nacional da Amazônia Legal fica prejudicada, já que proposições de políticas públicas para a proteção, preservação e desenvolvimento da região requerem trabalho integrado e junção de esforços".
O governador afirmou ainda que "a Amazônia e os amazônidas sempre pagam um preço muito alto quando Brasília toma decisões sobre a região ignorando a voz daqueles que vivem nela".
Por fim, Waldez Góes disse que "o fato o conselho existir desde 1995 e nunca ter sido implementado é a prova mais cabal de que o governo federal historicamente nunca deu a atenção merecida à Amazônia".
Também a organização não governamental Greenpeace criticou na quarta-feira (12) o conselho da Amazônia sem a participação dos governadores da região e a falta de metas e orçamento do órgão. Nesta quinta, o presidente atacou o grupo ambientalista.
"Quem é Greenpeace? Quem é essa porcaria chamada Greenpeace? Isso é um lixo, isso é um lixo", afirmou Bolsonaro.
Não é a primeira vez que o grupo é atacado por um integrante do atual governo. Em 2019, quando surgiram grandes manchas de óleo na costa brasileira, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, insinuou, sem provas, que um navio do Greenpeace poderia ter relação com o desastre ambiental.
O Greenpeace existe há quase 50 anos e está presente em 55 países, inclusive no Brasil, e tem como foco a defesa do meio ambiente e a denúncia de crimes ambientais. Nesta quinta, Marcio Astrini, coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace, lamentou a postura do presidente:
"O que a gente está questionando o presidente é: onde está o plano de combate ao desmatamento na Amazônia? As terras públicas brasileiras na Amazônia estão sendo invadidas. A gente quer saber qual é o plano do governo, se o governo tem algum plano".
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/02/13/bolsonaro-respo…
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