VOLTAR

Bolívia questiona hidrelétricas brasileiras

O Globo, O Mundo, p. 33
22 de Nov de 2006

Bolívia questiona hidrelétricas brasileiras
Governo diz que usinas causarão danos ambientais e Amorim convida chanceler a conhecer projeto

Mais um impasse surgiu na já atribulada agenda entre Brasil e Bolívia e, se depender do governo brasileiro, não haverá solução a curto prazo. Desta vez, o país vizinho reclama da construção de duas usinas hidrelétricas na fronteira entre os dois países que, segundo o ministro das Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, causarão danos ambientais em seu território.

Trata-se das usinas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira.

O chanceler Celso Amorim disse ontem que convidou Choquehuanca para vir ao Brasil, no próximo mês, para conhecer melhor o projeto das usinas.

Amorim assegurou que as hidrovias não afetarão negativamente o lado boliviano, uma vez que as obras serão realizadas exclusivamente na parte brasileira.

- Pedir informação é um direito legítimo, mas não vemos isso com preocupação - afirmou Amorim.
Ele destacou que há muito o que se discutir e as obras não vão começar imediatamente.

Antes de mais nada, acrescentou o ministro, a construção das usinas será objetivo de várias consultas públicas.

Até o momento, está claro que o governo boliviano não está convencido desses argumentos. Em carta encaminhada no início deste mês ao Itamaraty, Choquehuanca afirma que o plano brasileiro de construir as usinas no rio Madeira pode ter como conseqüência a inundação de terras onde há forte produção de castanha, situadas em território boliviano. Há, ainda, preocupação com o risco de queda da fauna marinha.

--- Não acredito que haverá impacto ambiental do outro lado da fronteira - disse
O ministro evitou entrar em detalhes sobre o pedido de criação de uma comissão bilateral para discutir a construção das usinas.

O Globo, 22/11/2006, O Mundo, p. 33

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.