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Aves ameaçadas de extinção são protegidas na região de Itapetininga

G1 - http://g1.globo.com/
15 de Mar de 2015

Segundo o Ibama, pelo menos 23 espécies ameaçadas vivem na região.
Área de conservação corresponde a 40% da usada por uma empresa.

Um projeto de conservação de uma empresa de produção celulose contabiliza 407 espécies de aves catalogadas na região de Itapetininga (SP) nos plantios renováveis de eucalipto e em áreas de conservação ambiental. Dessas, 23 constam na lista de espécies ameaçadas de extinção do Estado de São Paulo, como araponga, pixoxó, azulão, águia-cinzenta, papagaio-verdadeiro, entre outras. Ainda, cerca de 25% são espécies endêmicas, ou seja, são 109 tipos que só existem em regiões específicas da Mata Atlântica. Esse total representa 51% da avifauna do estado.

As áreas destinadas à conservação correspondem a cerca de 40% da área de atuação da empresa, o que representa quase 63 mil hectares. Vinte municípios da região de Itapetininga, Itapeva, Buri, Capão Bonito e Guapiara fazem parte deste projeto.

O objetivo do projeto é identificar espécies de avifauna e promover a conservação das espécies. A empresa possui áreas florestais de eucalipto nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Bahia. No total são 967 mil hectares em todo país.

Segundo a bióloga e analista ambiental do Projeto Conservação, Camila Oliveira, as aves possuem grande sensibilidade a perturbações do ambiente, sendo consideradas fiéis indicadores do efeito produzido pelas atividades humanas na biodiversidade. O uso dos dados obtidos neste monitoramento inclui conhecer a biologia desses animais, ou seja, época de reprodução, hábito alimentar, papel na natureza, entre outros. E isso não deve coincidir com a época de colheita.

Além disso, é feita a contagem constante do número de indivíduos de cada espécie e a identificação dos alimentos (espécies de plantas arbustivas e arbóreas) mais consumidos por essas aves, que posteriormente são introduzidos nas áreas a serem restauradas na empresa.

Ela explicou que há um trabalho de remanejo e conservação específico na Unidade de Capão Bonito, na região de Itapetininga, desde 2007. Foi diagnosticada uma população rara de papagaios-verdadeiros vivendo soltos em áreas naturais. De acordo com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), essa espécie apresenta o grau "ameaçada" e, que, portanto, está em extinção. Segundo a especialista, esses animais são bastante visados pelos caçadores por serem difíceis de encontrar e também por causa de suas características únicas: são bem coloridas e fazem cópia da fala humana.

Em um primeiro levantamento da empresa, houve um registro pequeno de 13 papagaios. Diante disso, foram feitos ninhos artificiais para facilitar a reprodução. O projeto também se preocupou com a sensibilização e conscientização da população que vive próxima a essas espécies. De acordo com a bióloga, muitos ninhos com ovos estavam sendo arrancados das árvores, por falta de informação. Hoje, são realizadas palestras e cursos para estudantes, em parceria com a Casa da Árvore, em Itapeva e com o apoio da Secretaria Estadual de Educação. "A ideia é que eles sejam sempre padrinhos do projeto e nos ajudem na preservação", diz Camila.

O resultado dessa metodologia já trouxe resultados. "Hoje são 53 indivíduos de papagaios-verdadeiros encontrados e que permaneceram no local", relata a bióloga.

http://g1.globo.com/sao-paulo/itapetininga-regiao/noticia/2015/03/aves-…

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