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Ambientalistas denunciam desmates

O Liberal - www.orm.com.br
12 de Set de 2010

Ambientalistas do grupo Greenpeace ofereceram denúncia junto ao Ministério Público Federal alertando sobre um grande foco de desmatamento situado dentro da fazenda Eldorado do Xingu, pertencente à Agropecuária Santa Bárbara, de propriedade do banqueiro Daniel Dantas. De acordo com estudos e fotos de satélite, obtidas pelos membros do Greenpeace, o desmatamento já teria atingido cerca de 470 hectares da propriedade, de abril a junho deste ano, segundo números fornecidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Inpe. Apesar da Santa Bárbara negar a autoria do desmate, alguns frigoríficos como o JBS, com referência mundial no setor, suspenderam a compra de carne bovina procedente da fazenda Eldorado do Xingu, situada no município de São Félix.

Conforme o levantamento dos ambientalistas, existem ainda na região de São Félix do Xingu, às proximidades da propriedade de Daniel Dantas, quase mil hectares de floresta totalmente destruídos, sendo que a finalidade do desmate seria para atividades de plantio de pastagem para o gado. Por outro lado, a gerência da Agropecuária Santa Bárbara acusa os invasores das áreas de praticarem queimadas e desmatamentos nas fazendas de propriedade do grupo. Para o Greenpeace, o desmatamento da Amazônia deve ser interrompido imediatamente, porque além das atividades danosas de madeireiras ilegais, "um dos principais ecossistemas do mundo está sendo devastado para virar pasto para rebanho".

Os ambientalistas afirmam, ainda, que a destruição de florestas tropicais é responsável por cerca de 20% das emissões mundiais de gases que contribuem com o efeito estufa, mais do que todo o setor de transportes do mundo, sendo que 80% do desmatamento é causado para expansão de pastagem, processo que esteriliza o solo em longo prazo. "Da mesma forma que já consumimos madeira certificada, nada mais natural que a carne também seja aprovada em padrões de qualidade e sustentabilidade. Ter controle sobre os rebanhos é fundamental para todos os ecossistemas". Afirma o Greenpeace. Na visão dos ambientalistas, algumas empresas vêem a crise financeira como uma oportunidade para aumentar sua participação no mercado global. Sem o dinheiro do governo brasileiro, sua habilidade de continuar construindo um império comercial global, voltado para a exportação de produtos pecuários da Amazônia, poderia ter sido reduzida e para reforçar, a participação brasileira no mercado global, o governo está disponibilizando recursos para expandir a infra-estrutura de processamento.

Na lista negra do Greenpeace, estão, ainda, as fazendas Paragoiás, em São Félix do Xingu, situada dentro de território indígena; Rio Vermelho, em Sapucaia, pertencente à empresária Verônica Dantas Rodenburg, irmã do banqueiro Daniel Dantas; e Fazenda Itacaiúnas, situada em Marabá e apontada por ambientalistas como a propriedade da Santa Bárbara que destruiu quase 2 mil hectares de floresta.

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