VOLTAR

Amazonas em alerta com a seca

OESP, Economia, p. B11
05 de Out de 2005

Amazonas em alerta com a seca
Fenômeno atinge rios do interior do Estado; desde ontem, quatro municípios estão em estado de emergência

Liege Albuquerque

Quatro municípios do interior do Amazonas estão em estado de emergência desde ontem por conta da seca nos rios da região. São os municípios de Manaquiri, Atalaia do Norte, Anori e Caapiranga, todos na calha do Rio Solimões, o que mais tem sofrido com a estiagem até agora. "Além dos 4 municípios em estado de emergência, há mais 13 em estado de alerta", afirmou o secretário-executivo da Defesa Civil do Estado, coronel Roberto Rocha.

O nível do Rio Negro, que banha Manaus, está em 16 metros, com vazante quase tão baixa como na maior seca já registrada em cem anos, em 1963, que foi de 13,5 metros. Os 13 municípios em alerta são Tabatinga, Benjamim Constant, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá, Jutaí, Tefé, Anori, Anamã, Canutama, Lábrea, Tapauá, Humaitá e Manicoré.

Uma balsa da BR Distribuidora está encalhada no Rio Madeira há duas semanas, e ameaça a distribuição de gasolina em Manaus. A balsa está com carregamento de álcool anidro, mistura para a gasolina. O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Lubrificantes, Álcool e Gás Natural do Amazonas informou que está trazendo gasolina por uma via alternativa, a do Rio Amazonas, que está com o nível mais alto.

Os municípios em estado de emergência, segundo Rocha, não têm outra alternativa para receber mantimentos que não a via fluvial. "Ainda esta semana vamos mandar equipes aos municípios para estudar a real situação, já que nossas informações só são via prefeitos."

Segundo Rocha, em Manaquiri houve aumento nos casos de malária nos últimos dias, de acordo com informações à defesa civil dadas pelos prefeitos. Barcos pequenos conseguem chegar até os municípios e será essa a alternativa para fazer levar mantimentos e remédios que poderão estar em falta, depois da visita da Defesa Civil aos municípios.
Há duas semanas, a Capitania dos Portos alertou os donos de barcos de passageiros e cargas a não ultrapassar 40% ou 50% do total de peso que normalmente carregam. Há notícias de encalhes de embarcações em todos os rios da calha do Solimões e Madeira. Em toda a paisagem dos arredores de Manaus a seca é visível nos rios.
No Tarumã, rio que passa na área urbana da capital, dá para atravessar a pé. Barcos antes atracados na água, agora ficam no meio da areia, como barcos fantasmas. Na semana passada, o navio-hotel de luxo Grand Amazon, da Ibero Star, cancelou seus cruzeiros pelo Rio Amazonas até novembro, por causa da seca. A empresa calculou um prejuízo de cerca de R$ 1 milhão por conta do cancelamento dos cerca de 700 passeios agendados durante este mês e o próximo.

OESP, 05/10/2005, Economia, p. B11

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.