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Álcool após índios sentarem

Jornal de Brasília, Brasil, p. 69
17 de Abr de 2015

Álcool após índios sentarem

Depois que dezenas de índios estiveram no plenário Ulysses Guimarães, onde foram homenageados, a Câmara organizou um mutirão, ontem à tarde, para higienizar o local, que seria usado posteriormente pelos deputados. No total, a força-tarefa contou com 14 funcionários de limpeza.
Normalmente, segundo a zeladoria da Casa, o espaço fica sob a responsabilidade de quatro encarregados de faxina - dois pela manhã e dois à tarde. No procedimento atípico, eles passaram álcool nos assentos. As cadeiras foram usadas pelos indígenas em celebração ao Dia do índio, que será comemorado no domingo, 19 de abril. Após a sessão solene, um dos funcionários da limpeza brincava: "Depois dos índios, tem que limpar pros deputados, né?"
A presidência da Casa ressaltou que o procedimento não tem relação com nenhum tipo de preconceito, ao justificar que o fato de os índios usarem tinta e urucum no corpo pode ter deixado marcas nas poltronas.
A assessoria de imprensa da Casa informou que a limpeza, inclusive a higienização dos assentos, é normal após as sessões.
PEC 215.
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara recebeu lideranças indígenas. Em audiência pública, as críticas ao governo, Congresso Nacional e à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215 foram a tônica do encontro.
O principal alvo das críticas foi a Indígenas foram homenageados no plenário; em seguida veio a turma da faxina, com 14 funcionários a PEC 215, que transfere do Executivo ao Congresso o poder de demarcar terras indígenas.
"A maior força dos fazendeiros é que eles têm condição de ter re-presentantes aqui. Nós não temos", disse o líder Paulino Terena. "Levei um tiro na perna. Jogaram combustível no meu corpo, tentando tirar minha vida. Fiquei em acolhimento provisório por seis meses", denunciou.

Saiba mais
» Presidente da comissão da Câmara, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) ouviu vários relatos de índios ameaçados de morte por fazendeiros ou que tiveram parentes assassinados.

Jornal de Brasília, 17/04/2015, Brasil, p. 69

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