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AGU investiga venda de direitos indígenas para empresas estrangeiras

FSP, Poder, p. A9
14 de Mar de 2012

AGU investiga venda de direitos indígenas para empresas estrangeiras
Governo deve acionar Justiça contra grupos que compram áreas por crédito de carbono

DE BRASÍLIA

O governo federal deve ir à Justiça contra empresas estrangeiras que compram de tribos indígenas os direitos sobre a biodiversidade de terras na Amazônia.
O objetivo dos grupos estrangeiros é usar a preservação da floresta para explorar potenciais benefícios no mercado internacional, negociando créditos de carbono ao compensar a emissão de gases de efeito estufa.
A AGU (Advocacia-Geral da União), responsável por defender judicialmente a União, investiga pelo menos 35 contratos elaborados por grupos internacionais que foram oferecidos a várias etnias.
A Funai (Fundação Nacional do Índio) já notificou empresas no último ano porque os contratos são ilegais.
"Esses contratos não têm qualquer validade jurídica, mas temos de proteger nosso patrimônio e nossos índios", disse à Folha o presidente da Funai, Márcio Meira. "Essa é uma moeda podre, e ainda tem otário que compra [no mercado internacional]."
Sem regulamentação no Brasil e o no mundo, o mercado de carbono florestal gera controvérsia. Há um receio de que empresas que fazem contratos entre índios e compradores dos créditos usem a atividade para biopirataria.
Reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" mostrou no domingo que índios do Pará venderam por US$ 120 milhões os direitos sobre uma área no Estado.
O contrato foi firmado com a irlandesa Celestial Green Ventures. Durante 30 anos, os índios se comprometeram a não plantar ou extrair madeira das terras. A reportagem não localizou representante da empresa.

FSP, 14/03/2012, Poder, p. A9

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/31132-agu-investiga-venda-de-dir…

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