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29 de Jun de 2010
A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) promove 9ª etapa do curso destinado a docentes indígenas no interior do Amazonas.
A 9ª etapa do Curso de Licenciatura Plena para Professores Indígenas do Alto Solimões, programado pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), começa neste sábado (3). O curso é destinado exclusivamente a 250 docentes dos municípios de Benjamin Constant, Tabatinga, São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá e Tonantins.
A partir desta quinta-feira (30), a Aldeia Filadélfia, em Benjamin Constant (distante 1.628 quilômetros de Manaus) - local onde o curso é oferecido - começará a receber esses alunos que fazem parte das etnias ticuna, cocama, caixana, cambeba e vitota.
O eixo temático desta etapa é "Conhecimento Científico x Conhecimento Tradicional". Como parte das atividades, será realizado, nos dias 5 e 6, o Seminário Interdisciplinar, com a participação de profissionais da saúde, além de representantes de saberes tradicionais como pajés, parteiras e agentes indígenas de saúde.
Os Jogos Universitários Indígenas, sob o acompanhamento de professores do curso de Licenciatura em Educação Física do Centro de Estudos Superiores de Tabatinga da UEA, também integram as atividades desta 9ª etapa.
Conforme explica um dos coordenadores do projeto, professor Afonso Souza, o desenvolvimento do curso abrange três áreas: Estudos de Linguagem; Ciências da Natureza e Matemática e Ciências Humanas. "O curso possibilita a interação dos saberes tradicionais e científicos: A organização da grade curricular objetiva que os professores conquistem a autonomia desejada, sejam competentes em sua profissão, dominem os conteúdos, mas, principalmente, tenham espaço para refletir sobre sua prática e seu saber já acumulados", disse.
15 mil beneficiados
Dados do Censo Escolar de 2004 dão conta de que 13.973 indígenas do Alto Solimões estão matriculados na Educação infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos. Somados aos 607 alunos dos cursos de Ensino Médio, chega-se ao total de 14.580 estudantes. Em escolas de outros povos da Região, no Ensino Fundamental estão matriculados 1.523 alunos cocamas, 583 caixanas, 138 cambebas e 27 vitotas. A graduação destes professores, segundo Afonso Souza, atenderá a demanda crescente de docentes para o Ensino Fundamental e Médio e evita a saída de crianças e jovens das aldeias para cidades em busca de escolarização.
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