24 cidades do AM não contam com tratamento de água

Dos 62 municípios do Amazonas, 24 ainda não realizavam tratamento da água fornecida aos seus moradores até 2008. A apuração, que consta no Atlas do Saneamento 2011, divulgado nesta quarta-feira (19), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mostra uma redução de dez cidades nessa condição com relação ao ano de 2000, mas alerta que ainda é grande o volume de água entregue sem qualquer tratamento no Estado.

De 2000 a 2008, o volume de água tratada aumentou em 20% no Amazonas, porém o Estado apresentou o percentual mais baixo de todos do País nesse quesito. Manaus é a única cidade amazonense que faz tratamento completo de água, com fluoretação, enquanto outros 32 municípios realizam somente a desinfecção simples, feita com cloro.

Nesse tipo de tratamento, a água é captada por poço artesiano ou diretamente recolhida dos rios, para depois ser processada em uma caixa de depósito. O disseminador de informações do IBGE no Amazonas, Adjalma Nogueira, explica que esse tipo de tratamento está sujeito a falhas. "A água de um poço artesiano profundo é de qualidade, mas quando o município apanha do rio, se torna necessário um tratamento rigoroso para deixar essa água adequada", informou.

Com base no aumento do volume de água tratada na última década, Nogueira estima melhorias para os próximos anos, mas aponta uma necessidade de mobilização por parte de órgãos fiscalizadores e da população. "A tendência é que esse percentual aumente, mas 20% em oito anos é muito pouco. É preciso cobrança da sociedade, investimentos e educação", avalia.

Os dados do IBGE também revelam desigualdades em termos de abastecimento entre as regiões. Em 2008, dos 5.564 municípios do País, 33, concentrados no Norte e no Nordeste, ainda não dispunham de redes gerais de abastecimento de água, sendo 11 na Paraíba. A pesquisa aponta que esse número vem diminuindo ao longo dos anos: de 4,1% em 1998 para 0,6% em 2008.

Esgotamento Sanitário

Ainda segundo o IBGE, apenas dez municípios amazonenses incrementaram a coleta de esgoto sanitário de 2000 a 2008. Anteriormente, Manaus era o único município a executar essa atividade. Das 11 cidades que têm coleta de esgoto no Estado, seis o fazem de forma mista, utilizando a rede para outros tipos de coleta.

Considerando que o Amazonas possuía, em 2008, 714.957 domicílios e somente 33.443 eram ligadas à rede de esgoto, verifica-se que apenas 4,6% das casas estavam ligadas a esse sistema no Estado. Em Manaus, havia 413.518 domicílios até 2008 e somente 29.768 (7%) eram servidos por esgoto sanitário.

Adjalma Nogueira encara a situação como um problema grave. "Já temos deficiência na água, imagine então no esgoto, que é mais complexo, com um serviço feito precariamente. Desses 11 municípios, praticamente nenhum trata esses esgotos", alertou.

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