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Com os índios Wauja: objectos e personagens de uma colecção amazónica.

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Em 2004, o Museu Nacional de Etnologia de Portugal apresentou ao público sua recém-adquirida coleção de peças confeccionadas pelos índios wauja, habitantes do Parque Indígena do Xingu (Mato Grosso). O etnólogo e museólogo Aristóteles Barcelos Neto foi o responsável pelo acervo e conta, neste catálogo, os processos e contextos de sua formação. Longe de promover uma mera descrição das peças e de seu simbolismo, o autor nos remete ao mundo wauja, no qual o que viria a ser itens da coleção são antes membros de uma densa rede cosmopolítica, cuja agência dos objetos está na personificação de seres espirituais ligados a poderes patogênicos. As razões da doença e o complexo ritual implicado na cura, conta-nos o autor, constituem a engrenagem central da socialidade nessa população.