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A cura do mundo: território e xamanismo entre os Makuna do Noroeste Amazônico.

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Tomando como eixos o xamanismo e o território a partir da cura do mundo, esta dissertação faz uma análise da maneira como os Makuna, um grupo da família Tukano oriental do Noroeste Amazônico, constroem o universo e os seres que habitam nele. A cura do mundo é um procedimento xamânico, dirigido a fertilizar o cosmo, que se realiza durante o ritual de iniciação masculina, e a partir do qual estruturam-se todas as dinâmicas e práticas sociais deste grupo. Seguindo a oposição sajari (doce, calmo, bom) e jünirise (forte, bravo, "que causa dor") se mostra como a paisagem, os humanos, os brancos e os não-humanos, o ciclo anual e a alimentação respondem a uma mesma lógica de construção conceitual que tem implicações nas práticas sociais cotidianas, como na caça, na pesca, na agricultura, etc. A articulação entre as ditas práticas e os conceitos que as sustentam determina o que os Makuna denominam de manejo do mundo, ou seja, a forma como eles se relacionam com todos os seres que compõem o universo, por meio de uma ética e de comportamentos prescritos culturalmente. Ao mesmo tempo que a dissertação sugere um novo olhar sobre a relação natureza-sociedade neste grupo, também oferece algumas sugestões para entender a relação contemporânea entre o Estado colombiano e os povos indígenas.