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Willamy Frota

Amazonas em Tempo-Manaus-AM
Autor: Mário Adolfo
26 de Abr de 2004

"Gasoduto é o início de uma nova era"

O presidente da Manaus Energia, engenheiro Willamy Frota (foto) disse que a vinda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra Dilma Rousseff a Manaus - esta, pela segunda vez em um mês -, é prova inconteste do esforço que o Governo Federal vem fazendo, desde o início do mandato para acabar de uma vez por todas com o racionamento e os apagões, que eram o traço marcante de fornecimento de energia elétrica. Tanto na capital quanto no interior.

Contemporâneo do governador Eduardo Braga na antiga Escola Técnica Federal do Amazonas (ETFA), Willamy fez parte das negociações - no início de 2003, quando Lula e Braga assumiram o poder -, para evitar que Manaus revivesse o pesadelo de 1997, quando mergulhou na escuridão. A empreitada surtiu efeito. Com o reforço da ministra Rousseff, o Governo Federal definiu um projeto para o Amazonas no sentido de assegurar que não faltasse mais energia para o Estado.

- Como a própria ministra disse na sua passagem por Manaus, prontamente o Governo Federal transferiu 56 megawatts de unidades térmicas para a região - lembra Willamy. Portanto, em 2003, os racionamentos que vinham ocorrendo nos governos anteriores no período de setembro, outubro e novembro, época da seca, foram evitados graças à transferência dessas unidades.

Na quarta-feira, Willamy Frota integrou a comitiva do presidente Lula ao Urucu, para a inauguração da nova Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGNE 3), que aumentará de 6 milhões para 10 milhões de metros cúbicos/dia a capacidade de processamento do gás natural. Na solenidade, o engenheiro confirmou a autorização da ministra Dilma para que a Manaus Energia realize chamamento público para a contratação de mais 450 megawatts para atendimento em Manaus. O presidente da concessionária federal garantiu também a revitalização do Parque Térmico com a disponibilidade de mais 140 megawatts.

No final da programação do presidente Lula em Manaus, o presidente da Manaus Energia conversou com o editor de Primeiro Plano sobre as boas novas anunciadas pela ministra Dilma Rousseff. A entrevista:

Em Tempo - Foi uma semana de muitos anúncios para o setor energético do Amazonas. Como o senhor recebeu esses anúncios?

Willamy Frota - A vinda do presidente Lula e da ministra Dilma Rousseff a Manaus, demonstra o grande esforço que o Governo Federal e o governo Eduardo Braga estão desenvolvendo no sentido de levar melhoria de qualidade de vida ao cidadão amazonense com a tecnologia elétrica. É o exemplo do programa Luz para Todos, que chega ao Amazonas para beneficiar 400 mil pessoas no interior. Essa é uma forma de trazer essas famílias para uma situação de cidadania, levando energia elétrica à vida de cidadãos amazonenses.

Em Tempo - O Luz para Todos faz parte do compromisso social do governo Lula com as populações pobres do interior do Estado, que nunca tiveram acesso à energia elétrica?

Em Tempo - O programa Luz Para Todos, que foi lançado em Manaus pela ministra Dilma Roussef, vai viabilizar que o interior do Amazonas seja abastecido de energia elétrica nas regiões mais distantes. E isso que os governos Federal e Estadual, com o apoio técnico da Manaus Energia, vão fazer a partir de agora.

Em Tempo - Antes da chegada do Luz Para Todos, qual era a real situação das comunidades mais distantes?

Willamy Frota - Em 2003 foram instalados 31 geradores nas regiões mais afastadas da Amazônia e mais 40 geradores alugados para resolver esses problema da falta de luz elétrica Já agora, em 2004, a ministra autorizou a aquisição de mais 100 geradores para o abastecimento da região do interior do Amazonas. Como ela anunciou no Urucu, vamos fazer melhoria, reformas e ampliação das redes de distribuição viabilizando ligações na periferia de municípios do interior. Isso representa um investimento de R$ 150 milhões para que 25 mil famílias sejam atendidas entre 2004 e 2005. Isso tudo demonstra o compromisso do governo com o desenvolvimento e a responsabilidade social para o desenvolvimento da região.

Em Tempo - O socorro que o governo federal deu no início do governo do presidente Lula, foi suficiente para livrar Manaus do apagão?

Willamy Frota - Certamente, com muita propriedade e muita determinação a ministra Dilma Roussef e o governador Eduardo Braga incrementaram um atendimento emergencial para Manaus, com 56 megawatts. Essas máquinas que vieram para Manaus eram de usinas emergenciais instaladas no sistema interligado nacional e pagas pelo Seguro Apagão que não estavam operando. Mas aqui no Amazonas tiveram uma missão essencial, evitando o racionamento.

Em Tempo - Em equiparação às outras capitais, qual a situação de Manaus no setor de fornecimento de energia?

Willamy Frota - A ministra Dilma tem dado todo apoio ao setor energético do Amazonas, inclusive nós temos planejamento de curto, médio e longo prazos. O gás de Urucu é uma âncora para a matriz energética, mas também existe a possibilidade de que, no futuro, nós tenhamos a interligação de Manaus com a rede básica nacional através de uma linha de transmissão da Usina de Tucuruí, no Pará, com 500 KV. Ou seja, nós vamos equiparar a situação de Manaus a toda grande metrópole do País onde existem opções de fornecimento energético, numa confiabilidade muito maior do que nós temos hoje nas contas atuais.

Em Tempo - Em relação às linhas de transmissão para Manaus, o que disse a ministra Dilma Rousseff?

Willamy Frota - A ministra garantiu a construção de linhas de distribuição de 69 KV e de subestações de quatro linhas de transmissão, para Mauá, Aparecida, Cachoeirinha e Distrito Industrial. Isso deverá beneficiar mais de 30% da população de Manaus, isto é, mais 450 mil pessoas. E isso ao longo de 2004.

Em Tempo - Com a chegada do verão, a ameaça do racionamento pode voltar?

Willamy Frota - Também já pensamos nisso. O Ministério das Minas e Energia autorizou a transferência de 90 megawats para atender, em 2004, o aumento do consumo que sempre é maior no período seco, evitando que haja racionamento e apagões.

Em Tempo - A assinatura do protocolo de intenções para a construção do gasoduto Urucu-Coari-Manaus representa o fim dos problema de energia no Estado?

Willamy Frota - O dia 22 de abril de 2004 passa a ser um dia histórico para nós, os amazonenses. Representa o início de uma nova era. O anúncio feito pelo presidente Lula de que retornará em 2006 para inaugurar o gasoduto sinaliza claramente de que a mudança da matriz energética do Estado é uma realidade. Muito em breve teremos esse energético em Manaus para possibilitar a produção de energia elétrica com gás natural. O que possibilita uma energia ambientalmente mais correta e certamente com um preço bem menor do que nós produzimos hoje com o óleo combustível.

Em Tempo - A chegada do gás representa quanto em economia para o Amazonas?

Willamy Frota - Não só para o Amazonas, mas para o País, na medida em que hoje, em termos de subsídios para o uso do diesel que abastece as termoeléctricas, se gasta no Brasil R$ 3 bilhões de reais/ano. Esse valor é pago pelos brasileiros do resto do País. Metade desses R$ 3 bilhões é gasta para abastecer Manaus e o interior do Estado, o que dá em torno de R$ 1,5 bilhão de reais, o que representa 500 milhões de dólares. A chegada do gás elimina esse gasto. Em seu discurso, na província petrolífera de Urucu, a ministra Dilma Rousseff, revelou que esse recurso será usado "de forma inteligente" através do que, no setor é chamado de Sub-rogação da Conta de Combustíveis Fósseis. A Lei permite que se use o equivalente a 75% desses recursos para financiar novos investimentos, para que se tenha uma energia mais eficiente e mais barata para a população aqui na região do Amazonas.

Em Tempo - Algum governo já tinha dado tanta atenção aos problemas de abastecimento de energia no Amazonas?

Willamy Frota - O governo Lula vem dando à questão do abastecimento de energia elétrica no Amazonas uma solução séria e perene. E essa é a importância do gás produzido no Urucu, além da exploração e da prospecção de novas jazidas. O próximo passo é a exploração do gás do Juruá, no sentido de fornecer o abastecimento de usina com base em termoelétrica a gás, disponibilizando mais 450 megawats a 480 megawatts. É uma solução sólida na questão do abastecimento da energia elétrica no grande mercado consumidor industrial da Zona Franca de Manaus.

Em Tempo - A Manaus Energia é uma empresa preparada, funcionalmente, para viver isso que o senhor chama de nova era no setor energético do Amazonas?

Willamy Frota - Como toda empresa de serviço público, as melhorias são contínuas e progressivas. A Manaus Energia tem demonstrado grande determinação de melhorar o atendimento a Manaus, com investimentos nas áreas de geração, subtransmissão e distribuição que são investimentos anuais e contínuos visando a melhoria da empresa. Nós temos 230 funcionários próprios e mais de mil colaboradores terceirizados. Tivemos recentemente concurso público para preencher 34 vagas e estamos trabalhando para fazermos um novo concurso, se possível ainda este ano, para aumentar o quadro de empregados próprios, visando melhorar a qualidade de atendimento.

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