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Vale quer elevar produção em 50%

OESP, Economia, p. B18
05 de Mai de 2007

Vale quer elevar produção em 50%
Meta da mineradora é chegar a 2011 com 450 milhões de toneladas

Mônica Ciarelli

A Companhia Vale do Rio Doce estabeleceu uma meta ambiciosa de produção: atingir 450 milhões de toneladas de minério de ferro até 2011. O volume representa um aumento de 50% em apenas cinco anos e não incluiu possíveis aquisições. A empresa, que na quinta-feira anunciou um lucro recorde de R$ 5,095 bilhões no primeiro trimestre do ano, já prepara uma revisão no seu planejamento estratégico, com novas metas de investimento, vendas e produção.

As ações da Vale responderam com alta ao resultado do balanço e o valor de mercado da mineradora superou a cifra de US$ 100 bilhões. Em entrevista ontem, o presidente do grupo, Roger Agnelli, traçou um cenário promissor para a companhia. Segundo ele, o setor de mineração deve continuar aquecido por, pelo menos, mais dois anos. O que tende a se traduzir em novos recordes para a companhia.

A meta de chegar a 450 milhões de toneladas de minério de ferro em 2011 leva em conta o crescimento orgânico, com ampliação nas atuais minas e abertura de novas, como Serra Sul e Norte. Mesmo dando prioridade aos projetos desenvolvidos pela companhia, o executivo não descarta novas compras. Segundo ele, o setor atravessa um período de consolidações e novas oportunidades devem aparecer.

No ano passado, a Vale adquiriu a segunda maior produtora de níquel do mundo, a canadense Inco. Com a chegada da nova subsidiária, o leque de produtos da companhia se diversificou. No primeiro trimestre de 2007, pela primeira vez o segmento de minerais não-ferrosos respondeu por uma parcela maior que o segmento de ferrosos no faturamento da companhia.

Essa mudança no leque de produtos da Vale também será levada em consideração no novo plano estratégico da empresa - assim como as novas áreas de atuação da Vale, que hoje tem operações em vários continentes.

Agnelli lembra que o plano estratégico feito em 2001 já foi alcançado há muito tempo. 'Tínhamos uma meta de chegar a um valor de mercado de US$ 25 bilhões até 2010 e ser uma das cinco maiores mineradoras do planeta', disse. 'Já superamos todas essas metas, por isso é necessário sentar novamente e colocar uma régua no futuro.'

ENERGIA

Roger Agnelli voltou ontem a defender a utilização das usina termelétricas a carvão no Brasil. Esta semana, durante evento da mineradora em Minas Gerais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas ao uso do carvão na matriz energética brasileira. 'Se as térmicas a carvão fossem pecado, se não fossem eficientes, se não fosse limpas, os Estados Unidos não estariam construindo mais de 150', rebateu ontem Agnelli.

Ele já estava de pé, saindo da coletiva, quando ouviu a pergunta sobre energia endereçada a um diretor da empresa. Assim que o assunto veio à tona, o presidente decidiu voltar e falou durante treze minutos sobre o assunto.

Segundo ele, se o Brasil quiser crescer a taxas mais expressivas, vai ter de diversificar sua matriz energética e apostar em térmicas a carvão ou em energia nuclear. 'Condenar o futuro de uma geração por conta da emissão de CO2 é muito drástico', disse. Ele defendeu que o País deve pensar em como neutralizar essas emissões de CO2, que não partem apenas de térmicas a carvão. 'Até eu emito CO2', brincou.

Agnelli também informou que a empresa precisou rever e unificar todos os contratos que tinha com as siderúrgica Arcelor e Mittal após a fusão das duas empresas. Esse trabalho, ainda não totalmente concluído, acabou provocando um atraso nas negociações para o reajuste no preço do minério de ferro, que só foi fechado ontem. O aumento foi de 9,5%.

OESP, 05/05/2007, Economia, p. B18

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