OESP, Economia, p. B9
19 de Dez de 2006
Usina e 3 linhas de transmissão recebem R$ 1,4 bi
Crédito do BNDES para energia é menor que a média de quatro anos
Jacqueline Farid
O BNDES anunciou ontem financiamento total de R$ 1,44 bilhão para três projetos de linhas de transmissão de energia e uma usina hidrelétrica. O crédito para alguns dos empreendimentos, cujos prazos de inauguração foram antecipados pelos gestores, foi aprovado após a conclusão das obras. Os desembolsos do banco para a área de energia deverão totalizar R$ 3 bilhões em 2006, abaixo da média de R$ 4 bilhões dos últimos quatro anos.
Os três projetos de linhas de transmissão, arrematadas em 2004 no leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pela Plena Transmissora, são Itumbiara Transmissora de Energia, para construção da linha Cuiabá (MT)-Itumbiara (MG), com financiamento de R$ 489 milhões do BNDES; Vila do Conde Transmissora de Energia, para construção, operação e manutenção da linha de transmissão Tucuruí-Vila do Conde, no Pará, com financiamento de R$ 188 milhões, e Porto Primavera Transmissora de Energia Ltda, com implantação da linha Porto Primavera (SP)-Imbirussu (MS).
O financiamento total do banco para os três projetos é de R$ 875 milhões, para investimentos totais de R$ 1,43 bilhão. O presidente da Plena Transmissora, José Castellanos, explicou que, no caso de Itumbiara, o prazo para entrada em operação era maio de 2007, mas a obra começou em novembro. Porto Primavera está em operação desde outubro e o prazo era maio de 2007 e Vila do Conde foi antecipada de novembro deste ano para maio.
Ele disse que a antecipação minimiza o risco de construção, adianta a geração de receita e mostra que os acionistas suportaram financeiramente o projeto.
O chefe do Departamento de Energia do BNDES, Nelson Siffert, explicou que não é praxe anunciar financiamento de projeto concluído, mas disse que a circunstância não elimina a importância do crédito para o empreendimento, já que as empresas podem investir em novos projetos e recompor a capacidade financeira.
O banco aprovou também financiamento de R$ 570 milhões para a hidrelétrica São Salvador, com 243 MW de capacidade, no Tocantins. A operação e manutenção da usina ficarão a cargo da Tractebel Energia. A participação do BNDES é de 67,25% do investimento total do projeto, de R$ 847,7 milhões.
BALANÇO
Siffert disse que seis novos projetos de geração hídrica deverão ter obras iniciadas em 2007, para aumentar a oferta de energia a partir de 2009. A expectativa é que esses projetos, incluindo o Complexo Hidrelétrico Rio Madeira, em Rondônia - em fase de licenciamento ambiental e cuja proposta de financiamento deve chegar ao banco no primeiro semestre de 2007 -, elevem os desembolsos do BNDES em energia para uma média de R$ 7,7 bilhões anuais 'nos próximos anos'.
Siffert disse que o volume previsto de desembolso para energia em 2006 é inferior ao dos últimos anos por causa de uma 'sazonalidade' do período, já que houve mais projetos, mas de menor porte.
Os seis projetos já estão em análise no BNDES e são Salto Pilão (181 MW, em Santa Catarina); São Salvador (243,2 MW em Tocantins, com financiamento já aprovado); Estreito (1 mil MW, no Maranhão e Tocantins); Foz do Chapecó (855 MW no Rio Uruguai, na divisa de Santa Catarina e Rio Grande do Sul); Serra do Facão (210 MW, na divisa de Minas e Goiás) e Monjolinho (67 MW, no Rio Grande do Sul).
OESP, 19/12/2006, Economia, p. B9
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