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União de índios e sem-teto faz governo arrepiar, diz movimento anti-Copa

TN Online- http://www.tnonline.com.br
Autor: Filipe Coutinho
28 de Mai de 2014

Às vésperas da Copa do Mundo, movimentos contrários aos gastos do torneio prometem mais manifestações durante os jogos em Brasília e afirmam que a ação policial reflete a preocupação dos governos com os protestos, agora com a adesão de grupos indígenas e sem-teto.

Na tarde desta terça-feira (27), Brasília foi palco do maior protesto registrado neste ano na cidade, graças ao apoio de índios e sem-teto. A avaliação do movimento anti-Copa é que o governo teme a união dos grupos que, com demandas diferentes, acumulam reclamações com o Executivo.

"Comitê popular da Copa, movimento indígena, sem-teto, estamos conseguindo constituir algo que pode arrepiar qualquer governo e a Fifa: uma unidade dos movimentos populares para pautar demandas. Vamos seguir nas ruas", disse Rodolfo Mohr, do Movimento Popular da Copa.

Na manifestação da terça-feira, houve confronto com a Polícia Militar a menos de 1 km do estádio Mané Garricha, onde crianças aguardavam para conhecer a taça da Fifa.

Na tarde desta quarta-feira (28), índios, sem-teto e os contrários à Copa se reuniram para anunciar um novo protesto na sexta-feira (30), além de denunciar a repressão da PM.

A manifestação de sexta-feira pretende, mais uma vez, chegar ao estádio Mané Garrincha, arena mais cara da Copa. De acordo com o movimento, o acordo com a Polícia Militar na última manifestação era chegar até a grade onde centenas aguardavam para ver a taça da Copa do Mundo.

Esse acordo, contudo, foi quebrado, de acordo com os manifestantes. Eles afirmam ainda, que, havia crianças dos dois lados, no protesto e na fila da taça. "Não precisamos de permissão para chegar ao estádio. Rua e estádio são públicos. O visitante da taça tem direito de ir ao estádio e o manifestante também. O tratamento da PM deveria ser o mesmo", disse Rafael Madeira, também do movimento.

A reportagem questionou a PM sobre a quebra de acordo, mas ainda não obteve resposta.

O movimento dos sem-teto também deve participar de protestos contra a Copa. "A polícia bate e a gente vai para cima. As manifestações vão continuar e não é cassetete que vai nos parar. É com diálogo e respeito", disse Edson Silva, do grupo dos sem-teto.

REAÇÃO

O protesto da terça-feira ficou marcado pelo confronto entre a PM e índios. De um lado, bombas de gás. De outro, paus, pedra e arco e flecha. Um PM teve a perna ferida com flecha. Seis índios também ficaram feridos com estilhaços.

Cacique em Pernambuco, Marcos Xukuru defendeu o uso de arco e flecha na manifestação e disse que não houve violência. "É um instrumento que costumeiramente levamos para onde vamos. Estávamos indo à frente [na marcha], dançando rituais e evocando nossos ancestrais, quando fomos surpreendidos pela cavalaria. Não paramos e continuamos avançando. Os cavalos se assustaram e quando já vimos a cortina de fumaça das bombas", disse.

Xukuru afirmou que a reação dos índios foi em legítima defesa. "Não sei quem atirou a flecha ou que situação aconteceu. Num evento como esse, a gente se sente ameaçado e qual é a reação? É uma reação natural, vamos reagir em legítima defesa", afirmou.

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