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Uma ONG na Funai

Folha do Meio Ambiente, p. 11
30 de Set de 1995

Uma ONG na Funai

Agora é fato: Márcio Santilli será o presidente da Funai. A confirmação veio do ministro da Justiça, Nelson Jobim, na semana passada.
Márcio Santilli é uma daquelas figuras cuja vida sempre foi dedicada às questões sociais, notadamente ao índios, em particular.
Parlamentar pelo PMDB "histórico" de São Paulo, na legislatura de 1982186, integrou o grupo político próximo de Fernando Henrique Cardoso que se desligou do PMDB, fundando o PSDB.
Na Constituinte foi pessoa de ligação entre o Congresso Nacional e a Coordenação Nacional dos Povos Indígenas - articulação que reunia índios e ONGs de apoio. Grande parte das vitórias da causa indígena, escritas na Constituição, é creditada à sua habilidade de negociador.
Márcio Santilli fundou, no final da década passada, o NDI (Núcleo de Direitos Indígenas) uma das ONGs que mais se empenhou pela aplicabilidade da Constituição, notadamente nas demarcações das terras indígenas. Hoje, o NDI e o CEDI, pelo seu programa Povos Indígenas no Brasil, constituíram-se noutra ONG: Instituto Socioambiental que engloba ambientalistas e indigenistas.
Certamente ele terá muita coisa a fazer na Furai. Muita mesmo! A começar pelas questões vinculadas à demarcação das terras indígenas. Pelo menos 80% delas estão com problemas. Outro aspecto que não pode vacilar é quanto às religiões e seitas que diariamente invadem a cultura indígena.

Folha do Meio Ambiente, set 1995, p. 11

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