VOLTAR

Tupinikin e Guarani continuam em Brasília para cobrar estudos

Século Diário -
Autor: Flávia Bernardes
10 de Jun de 2008

Os Tupinikim e Guarani do Estado ainda estão em Brasília, discutindo qual será o rumo dos estudos que serão realizados nos 11.009 hectares de terras indígenas no norte do Estado. Segundo eles, uma equipe de técnicos já foi escolhida para iniciar os estudos e aguarda os trâmites necessários para virem às aldeias capixabas, no município de Aracruz.

A informação é que os índios estão reunidos novamente nesta sexta-feira (13), com o Ministério Público Federal. Na quinta-feira (12), os índios já haviam se reunido com o órgão e representantes da Fundação Nacional do Índios (Funai), mas nada havia sido definido. Os índios devem retornar ao Estado ainda nesta sexta.

Em reunião, os índios cobraram datas para o início dos estudos, assim como a liberação de recursos para as comunidades, mas nenhum parecer da Funai foi divulgado até o momento. A única informação é de que a equipe para realizar tanto o estudo etno-ambiental quanto o inventário da madeira da Aracruz Celulose, já foi escolhida e resta agora aguardar para que o processo burocrático seja finalizado e os trabalhos iniciados.

As pesquisas estavam prometidas para começarem junto com a demarcação física (finalizada em abril), mas isso não aconteceu. Nos últimos dias, os índios chegaram a afirmar que iriam definir um prazo para que a Funai cumprisse o prometido.

Ao todo, 40 lideranças Tupinikim e Guarani estão em Brasília e somente depois de uma reunião com a comunidade, a situação será definitivamente esclarecida.

Os índios cobram os estudos porque afirmam que sem eles a comunidade fica de mãos atadas para desenvolver os projetos de sustentabilidade nas comunidades. O estudo irá avaliar as condições da terra, os prejuízos culturais causados pela exploração na região, as formas de vida no passado e como isso poderá ser resgatado, gerando sustentabilidade em meio à realidade indígena atual.

Já o inventário deverá avaliar as benfeitorias (eucaliptos) da Aracruz Celulose e permitir a retirada da madeira da região pela empresa.

Essas ações estão previstas no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que regulamentou a retomada do território indígena de 11.009 hectares no norte do Estado. A região vinha sendo explorada pela Aracruz Celulose desde a ditadura militar.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.