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Tribo Mbyá-Guarani recebe área na zona Leste da Capital

Jornal do Comércio - http://jcrs.uol.com.br
Autor: Isabella Sander
24 de Abr de 2014

A prefeitura de Porto Alegre concedeu ontem à tribo Mbyá-Guarani o registro definitivo de doação de 15 hectares de terras no bairro Lomba do Pinheiro, na zona Leste da cidade. O documento foi entregue pelo prefeito José Fortunati ao cacique José Cirilo Pires Morinico. A área, que será de uso exclusivo da nação indígena, se somará a dez hectares na mesma região que já abrigavam as 33 famílias há cerca de 20 anos. A cerimônia foi parte das comemorações da Semana dos Povos Indígenas de 2014 e contou com a apresentação de canto e dança das crianças do clã, no idioma tupi-guarani.

Segundo o cacique Cirilo, por enquanto, sete das 33 famílias estão saindo da área de dez hectares e ocupando a de 15. "Pedimos a ampliação há seis meses, para ter mais espaço para as crianças brincarem, para podermos ensiná-las a fazer lanças e para ficarmos mais perto da nascente, e agora conseguimos", comemora. O investimento em desapropriações foi de R$ 520 mil. A nascente de um açude, localizada dentro do terreno, é vista pelos índios como moradia das divindades, além de ser utilizada para pescaria.

O líder da tribo elogiou a política pública do atual governo, que já havia cedido outras duas áreas para nações indígenas porto-alegrenses. "Já temos uma escola de Ensino Fundamental e estamos acertando para ter também de Ensino Médio. Não temos como agradecer", diz o cacique. A criação da escola de Ensino Médio depende da Secretaria Estadual da Educação (Seduc) e está sendo discutida entre município e Estado.

Para o secretário municipal de Direitos Humanos, Luciano Marcantônio, a doação da área é um resgate da natureza. "O índio e a natureza crescem de forma compartilhada, porque o índio protege a natureza. Esse é um gesto muito importante como homenagem à vida", afirma.

Conforme Fortunati, a destinação das terras para os índios é importante principalmente por seu simbolismo. "As nações indígenas sofreram com a ação de vários povos. Elas foram dizimadas, foram perdendo terreno, sendo retiradas de seus lugares de origem. Essa é uma forma de pedir perdão."

O projeto de construções necessárias na área para a população está sendo discutido entre a prefeitura e a tribo.

http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=160019

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