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Testemunhas de acusação depõem em julgamento de morte de cacique

Portal G1 - http://g1.globo.com/
23 de Fev de 2011

A primeira testemunha de acusação no julgamento dos três acusados de assassinar o cacique guarany-kaiwá Marcos Veron, em janeiro de 2003, em Juti (MS), começou a ser ouvida por volta das 11h20 desta quarta-feira (23). O julgamento é realizado em São Paulo, no Fórum Federal Criminal. Segundo a assessoria de imprensa da Justiça Federal, outras quatro testemunhas de acusação devem depor.

O terceiro dia do julgamento começou por volta das 9h, com o depoimento da sétima vítima. Na terça-feira (22), seis vítimas, que na época foram agredidas pelos acusados, já haviam sido ouvidas pela juíza federal Paula Mantovani Avelino, da 1ª Vara Federal Criminal.

No primeiro dia, seis homens e uma mulher foram escolhidos como jurados. Foi realizada também a leitura das peças do processo.

A expectativa, de acordo com a Justiça, é que o julgamento dure de oito a 15 dias, por causa do grande número de testemunhas que devem ser ouvidas. Nos próximos dias, ainda segundo a Justiça Federal, devem ocorrer depoimentos de duas testemunhas de defesa; depoimento de uma testemunha do juízo; interrogatório dos réus; e debates.

Crime
O cacique foi morto em um acampamento indígena de Juti, em Mato Grosso do Sul, em 2003. Quatro homens armados espancaram e atiraram em chefes indígenas. O cacique foi levado para o hospital com traumatismo craniano, mas não resistiu e morreu.

De acordo com a Justiça Federal de Primeiro Grau em São Paulo, dois homens respondem por tentativa de homicídio qualificado e o terceiro acusado responde também por homicídio consumado. Eles respondem ainda pelos crimes de tortura, sequestro e formação de quadrilha. Um quarto acusado, que está foragido, teve seu processo desmembrado e suspenso.

No decorrer do processo, o júri foi transferido de Mato Grosso do Sul para São Paulo a pedido do Ministério Público Federal, que alega que naquele estado não há condições de isenção suficientes para garantir um julgamento imparcial. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) também determinou que o júri ocorra em São Paulo para evitar que a decisão sofra influência social e econômica dos supostos envolvidos no crime.

Em 2010, o julgamento chegou a ser suspenso duas vezes. No primeiro julgamento, o adiamento ocorreu porque a defesa dos réus apresentou atestado médico. O segundo adiamento ocorreu em maio, por conta da impugnação do tradutor designado para atuar na sessão. O Ministério Público abandonou o julgamento e ele foi suspenso.

http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/02/testemunhas-de-acusacao-depo…

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