Valor Econômico, Empresas, p. B4
28 de Out de 2016
Temer convoca reunião sobre novos riscos no rio Doce
Daniel Rittner e Andrea Jubé
Alarmado com o risco de agravamento dos impactos ambientais ao longo do rio Doce, devido à volta da temporada de chuvas, o presidente Michel Temer convocou reunião para discutir um plano de contingência com dirigentes da Vale e da BHP Billiton.
Os governadores de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e do Espírito Santo, Paulo Hartung, também foram chamados para participar da reunião, que está agendada para a próxima quinta-feira, no Palácio do Planalto.
A volta das chuvas é apontada como um fator de preocupação adicional. Um relatório da Fundação Renova - criada por Samarco, Vale e BHP após o desastre de Mariana (MG) - levado a integrantes do governo federal nesta semana aponta que rejeitos acumulados no leito do rio Doce podem ser "reativados", poluindo toda a bacia e provocando mais mortes de peixes, além de comprometer todo o abastecimento de água na região. Para isso, um plano de mobilização inclui a mobilização de centenas de caminhões-pipa para suprir as necessidades de consumo de água, entre outras medidas.
De imediato, uma equipe do Ministério da Integração Nacional será enviada a Minas na segunda-feira para acompanhar o processo de implantação e funcionamento dos sistemas de alertas e os planos de evacuação da população. Chefiada pela Secretaria Nacional de Defesa Civil, a equipe vai verificar "in loco" se todas as ações prometidas estão sendo desenvolvidas pela Samarco após o rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015.
"O espírito é de absoluta rigidez no monitoramento das ações", disse ao Valor o ministro da Integração, Helder Barbalho, um dos convocados por Temer para a reunião no Planalto. Também foram convocados os titulares das pastas de Minas e Energia, Meio Ambiente e da Advocacia-Geral da União (AGU).
"Temos que trabalhar com o cenário mais pessimista possível, mesmo sem especular com nenhuma tragédia, e ter um plano de contingência engatilhado", afirmou.
O objetivo da Defesa Civil é reforçar para as autoridades a necessidade de manter seus órgãos estaduais e municipais bem treinados e capacitados, participando de simulados e fóruns especializados. Nos próximos dias 8 e 9, haverá um exercício de evacuação com a população nos municípios abrangidos por duas represas da região. Na semana passada, o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) enviou ofícios para o governo estadual e sete prefeituras de Minas para pedir a produção de planos de contingência para cada município, que deverão estar prontos até o fim de novembro.
Um balanço apresentado pelo Ibama na terça-feira, quase um ano após o rompimento da barragem de Fundão, indica atraso na construção de obras para contenção de rejeitos e também no repasse de recursos a municípios para investimentos em saneamento. Segundo a autarquia ambiental, existem hoje 43,5 milhões de metros cúbicos de lama entre as barragens de Fundão e Candonga.
Valor Econômico, 28/10/2016, Empresas, p. B4
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