OESP, Metrópole, p. C3
31 de Dez de 2009
Subprefeitura promete tirar entulho do Jd. Romano
Subprefeito disse anteontem que não recolheria material para evitar novas invasões; mais 3 casas de área alagada foram derrubadas ontem
Ana Bizzotto
Um dia após o subprefeito de São Miguel Paulista, Milton Roberto Persoli, afirmar que o entulho das casas demolidas no Jardim Romano seria mantido nos terrenos para evitar reocupação, a subprefeitura garantiu que o material começou a ser recolhido ontem. Outras três casas foram demolidas no bairro da zona leste, alagado há mais de 20 dias - ao todo já são 39 residências derrubadas. Outros seis bairros também continuam alagados na região, onde voltou a chover forte.
Segundo a subprefeitura, 30 caminhões trabalham no bairro para retirar o entulho e também o lixo e os móveis descartados pelos moradores por causa dos estragos provocados pela chuva. O trabalho estaria sendo feito nas ruas onde os caminhões conseguem entrar e o entulho, levado ao Ecoponto Carlito Maia, em São Miguel.
Morador da Rua João Batista Rabelo, onde algumas casas foram derrubadas, o professor Joatan dos Santos acompanhou ontem o trabalho de demolição e não viu nenhum movimento de retirada do entulho. "Onde eles derrubaram está o entulho, não tiraram nada. O mesmo trator que derruba poderia ajudar a recolher o entulho, mas não vi isso sendo feito", afirma Santos.
Para Raimundo Brito, presidente da Associação de Moradores da Vila Aimoré, bairro também alagado, a manutenção do entulho não impede a reocupação das áreas. "Pelo contrário, o resto de material acaba se tornando matéria-prima para erguer novas casas. Não há seletividade para esse tipo de construção. O pessoal constrói com o que está disponível", avalia Brito. "O que facilita a reocupação é a falta de fiscalização. Acho dificílimo que seja feita uma vigilância específica para isso. O Estado não tem aparato suficiente e os barracos são construídos da noite para o dia. Tenho certeza de que a reocupação vai ocorrer", diz Brito.
A secretaria de Coordenação das Subprefeituras informou que o convênio firmado entre a Prefeitura de São Paulo e a Polícia Militar prevê o monitoramento das áreas de risco, onde as casas foram demolidas, por 110 policiais. Mas, por enquanto, esse trabalho específico não começou e apenas o policiamento de rotina é feito no local.
CHUVAS
A zona leste foi uma das quatro áreas que entraram em estado de atenção na tarde de ontem, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências - as regiões sul, sudeste e a Marginal Pinheiros também ficaram sob atenção. A chuva atingiu principalmente os bairros Campo Limpo, Santo Amaro, Jabaquara, São Mateus, Vila Prudente, Itaquera, Aricanduva, e Vila Formosa.
Na Grande São Paulo, choveu com forte intensidade entre Juquitiba, São Lorenço da Serra, Itapecerica da Serra, ABC e Mauá.
Segundo o Climatempo, a previsão para hoje é de pancadas de chuva durante todo o dia na cidade de São Paulo.
Interior segue com inundações
Rose Mary de Souza
Especial para o Estado
Sem registro de chuva forte na região de Campinas, ontem, os Rios Atibaia, Camanducaia, Capivari, Jaguari e Piracicaba continuavam com grande vazão, mantendo os bairros ribeirinhos sob água e impedindo a volta dos desabrigados para casa. A Defesa Civil decretou estado de atenção em Campinas, Indaiatuba, Americana, Amparo, Capivari, Hortolândia, Itapira, Limeira, Pedreira, Sumaré, Serra Negra, Socorro e Valinhos. Eles estão provisoriamente em abrigos.
Em Capivari, onde 3,5 mil estão desalojados, as ruas seguem submersas. O abastecimento de água tratada é precário. "As chuvas que caíram nas cidades altas demoram 48 horas para chegar a Capivari", disse o coordenador da Defesa Civil em Campinas, Sidney Furtado. O nível do Rio Capivari, de 80 centímetros, em média, teve picos de 4 metros durante as chuvas.
Este é o mais chuvoso dezembro desde 1998, em Campinas. Até o início da semana, já havia chovido 347 milímetros. A média histórica é de 204 mm no mês. "Com 80mm a mais, já temos risco de enchente e desmoronamentos", disse o meteorologista e pesquisador Hilton José Fernandes, do Centro de Pesquisas Meteorológicas Climáticas Aplicadas à Agricultura.
OESP, 31/12/2009, Metrópole, p. C3
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