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Setor mineral do MT cresceu 10,5% em 2000

Gazeta Mercantil - Cuiabá - MT
Autor: Lauro Veiga Filho
19 de Mar de 2001

Uma combinação entre um aumento nos volumes vendidos pelo setor e uma recuperação dos preços para alguns segmentos produziu crescimento nominal de 10,5% no faturamento da indústria de mineração no Estado em 2000.
O desempenho poderia ter sido ainda melhor não fosse um crescimento dos estoques, especialmente entre os fabricantes de rocha fosfática, calcário para cimento e amianto. No ano passado, a indústria mineral como um todo registrou uma receita bruta de R$ 670,342 milhões, diante de R$ 606,840 milhões em 1999.
Medido em dólares, o faturamento aumentou 10,3% no ano, mas ainda acumula uma queda de 10% frente ao resultado bruto realizado em 1995, quando o setor faturou US$ 409,683 milhões (R$ 375,270 milhões) diante dos US$ 368,705 milhões verificados em 2000. Levando-se em conta as sete principais substâncias exploradas no Estado, representando um índice estimado em 95% do valor total da produção em Goiás, a produção aumentou em torno de 16% em volume.
Segundo levantamento concluído na semana passada pelo 6o Distrito do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), as vendas, medidas em toneladas, cresceram em ritmo inferior, avançando ligeiramente acima de 8% - o que sugere que a indústria teria encerrado o ano com estoques mais gordos. Representando 32% do valor total da venda do setor, a Níquel Tocantins, do grupo Votorantin, que explora o carbonato de níquel em Niquelândia (GO), e a Codemin, empresa do grupo Anglo American que produz ferro níquel na mesma região, faturaram, juntas, R$ 211,971 milhões. A receita com as vendas de carbonato e ferro níquel aumentou 12,1% no ano passado, refletindo um incremento de 3,5% no volume vendido e de 8,2% no preço médio de venda. A produção praticamente repetiu os números de 1999, mantendo-se em 23,6 mil toneladas.
De acordo com o chefe do 6o Distrito do DNPM, Valdjon Estrela, a Níquel Tocantins destinou R$ 800 mil no ano passado para iniciar um trabalho de detalhamento de sua jazida em Niquelândia e pretende investir mais R$ 1 milhão neste ano com o mesmo objetivo. Antes da revisão da política de subsídios ao frete do óleo combustível, que deve ser extinto até o final deste ano, a empresa pretendia gastar cerca de US$ 17 milhões este e o próximo ano para reforçar a capacidade instalada de sua unidade industrial na região.
Ainda segundo Estrela, outros US$ 35 milhões poderiam ser investidos nos próximos três anos na implantação do 8o forno em seu complexo em Niquelândia. Os investimentos estariam adequando a mina a uma previsão de aumento em torno de 23% na capacidade de processamento do níquel metálico, em São Miguel Paulista, no interior de São Paulo. O faturamento da indústria de amianto (leia-se Sama, controlada pela Eternit) vem sendo afetado pelas restrições ambientais levantadas contra a aplicação da matéria-prima e de suas variações aqui dentro e lá fora.
Instalada em Minaçu, a Sama registrou uma receita de R$ 164,429 milhões apenas com a venda do insumo - o resultado não inclui a comercialização de produtos de fibrocimento, utilizados pela indústria da construção. Aquele valor significou uma retração de 6% em relação a 1999, quando o faturamento havia alcançado R$ 174,993 milhões. Em volume, as vendas encolheram 3,4% enquanto a produção saltou 11%, para 209,332 mil toneladas.
Na visão de Estrela, os problemas ambientais enfrentados pela indústria do amianto tiveram reflexo ainda tímido sobre o segmento. Para compensar os preços mais baixos no ano passado, a Anglo Gold, braço da multinacional Anglo American, decidiu aumentar a produção. Em Goiás, a Mineração Serra Grande, subsidiária da Anglo instalada em Crixás, produziu 5,99 toneladas do metal, o que representou um avanço de 24,3% frente ao ano anterior.
Em volume, as vendas aumentaram 20,5% o que resultou em um faturamento 19,6% maior (R$ 96,476 milhões). Com uma produção de 1,499 milhão de toneladas de concentrado de apatita (rocha fosfática), representando um salto de 14,5% em 2000, as indústrias do setor (Copebrás e Ultrafértil) faturaram R$ 93,6 milhões (mais 15,1% em relação ao ano passado). Em volume, no entanto, as vendas desabaram 11,8%. O crescimento a receita explica-se em função de um aumento de 30,5% nos preços médios durante o ano passado.

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