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Setor de saneamento tera metas e tarifa so pode subir uma vez por ano

O Globo, Economia, p.30
14 de Mai de 2005

Setor de saneamento terá metas e tarifa só pode subir uma vez por ano
Proposta do marco regulatório será levada ao Congresso até sexta-feira
Está pronta a proposta de marco regulatório do governo para a área de saneamento básico, que será encaminhada ao Congresso com pedido de urgência constitucional até a próxima sexta-feira. Após 20 anos sem regulação, o governo montou um conjunto de regras que visam a disciplinar a oferta de serviços de abastecimento de água, rede de esgoto, recolhimento e depósito de resíduos sólidos e cuidados com águas pluviais.
As principais novidades do projeto são a obrigatoriedade de formulação de um plano de saneamento por estados e municípios, e a adoção de metas para atendimento, qualidade e tarifa — que passa a ser reajustada só uma vez por ano.
Estados e municípios serão livres para estabelecer esses objetivos, que serão acompanhados por agências reguladoras ou por qualquer outra entidade que a ser criada para este fim. A União entra reforçando o cumprimento, pois o programa estabelece que as companhias de saneamento que quiserem obter recursos públicos federais — como os do FGTS — terão que provar que estão totalmente integradas às diretrizes da Política Nacional de Saneamento. O governo federal também terá meta de universalização do saneamento (água e esgoto) em 20 anos (2004 a 2024).
— O projeto define regras para as tarifas e estabelece uma política de respeito ao usuário que hoje não tem conhecimento da forma como suas tarifas são reajustadas e da qualidade da água que está bebendo — disse o secretário nacional de Saneamento do Ministério das Cidades, Abelardo Oliveira Filho.
Será permitida a formação de consórcios para contratar serviços de saneamento, o que possibilitará que vários municípios se unam para contratar uma empresa estadual (como a Cedae e a Sabesp) ou formar uma nova companhia.
Associação critica mas governo tem outras adesões
Antes de seguir para o Congresso, o projeto já encontra resistência. O presidente do Fórum Nacional dos Secretários de Saneamento, Frederico Antunes, disse que o governo ignorou o projeto da associação apresentado no Congresso semana passada pelo senador Gerson Camata (PMDB-RS).
— Eles fizeram um projeto para atender apenas aos interesses das companhias de saneamento e não ao consumidor — rebateu Abelardo.
Serão fixados critérios para a criação de fundos, pelas empresas de saneamento, para subsidiar as tarifas da população mais carente.
Segundo a Associação Brasileira das Concessionárias de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon), que representa as empresas privadas operadoras de serviços públicos de água e esgoto, o anteprojeto é um alento para os investidores privados. Em correspondência ao ministro das Cidades, Olívio Dutra, a Abcon pede pressa.
O governo também recebeu o apoio da Associação Brasileira de Limpeza Pública e de Resíduos Especiais (Abrelpe), que igualmente pediu empenho e agilidade na votação, disse o presidente da entidade, Eduardo Castagnari.
O Globo, 14/05/2005, p. 30

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