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Seca amazônica gerou emissões recordistas

FSP, Ciência, p. C13
11 de Out de 2011

Seca amazônica gerou emissões recordistas
Valor equivale ao total de gás carbônico produzido pela Índia em 2010, ano da estiagem

Marco Varella
Colaboração para a Folha

A seca extrema na região amazônica de julho a setembro de 2010 causou redução da área de floresta e a liberação de 1,8 bilhões de toneladas de gás carbônico para a atmosfera -mais do que a emissão anual de CO2 da Índia no mesmo ano.
A partir de imagens de satélite indicando o quão verde estava a floresta, combinadas com simulações computacionais do ciclo do carbono, Christopher Potter, pesquisador do Centro de Pesquisa Ames, da Nasa, apresentou um cenário preocupante para o ecossistema da região.
Em estudo publicado na revista científica "Environmental Research Letters", Potter e colaboradores mostraram que essa foi a pior seca da história recente da floresta amazônica. Os efeitos dessa falta de chuva, segundo eles, são "basicamente equivalentes aos efeitos combinados do desmate e dos incêndios".
Por volta de 40% da área desflorestada da Amazônia teve pouca chuva no período. O nível da água do Rio Negro no porto de Manaus foi o mais baixo já registrado em cem anos de acompanhamento.
A diminuição do aprisionamento de CO2 atmosférico pelas plantas e o aumento de sua liberação na decomposição das que morreram foram as consequências ecológicas abordadas no estudo.
As áreas mais afetadas foram as porções florestais da Colômbia, do Equador, do Acre e do oeste do Amazonas. Por um lado, os autores dizem que parte disso pode ser recuperado lentamente a partir da chegada de chuvas, assim como ocorreu com a seca de 2005, a maior até então.
Por outro lado, segundo as previsões dos modelo, esse aumento de secas severas, em parte fruto do desmatamento e das mudanças climáticas, pode sair do controle e levar a Amazônia ao colapso.

FSP, 11/10/2011, Ciência, p. C13

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1110201104.htm

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