Folha de Boa Vista
26 de Abr de 2007
Os 372 agentes de saúde indígena serão diplomados hoje na Casa Paulo VI.
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Nesta quinta-feira, 372 agentes indígenas de saúde receberão o diploma de conclusão do curso de Educação Profissional Básica para Agentes Indígenas de Saúde (AIS). Esta é a maior turma de AIS do Brasil. A entrega dos diplomas será realizada a partir das 18h, na Casa Paulo VI, no bairro Calungá.
Os novos agentes irão atuar em mais de 200 aldeias que fazem parte do Distrito Sanitário Leste (DSL). A região abrange 10 municípios de Roraima e possui uma população estimada em 34 mil indígenas.
A festa de formatura começou ontem. A solenidade de abertura contou com a participação de mais de 450 indígenas de diferentes localidades. O evento iniciou com apresentações culturais e com a fala de representantes das entidades parceiras na realização do curso.
O representante nacional da Escola Técnica de Saúde do Sistema Único de Saúde (ETSUS/RR), Renato Fontelles, destacou que o Ministério da Saúde tem priorizado a formação dos agentes. Ele falou também que, em parceria com o Ministério da Educação (MEC), está sendo elaborado um novo projeto que contemple a escolarização dos agentes: "É a primeira vez que venho a Roraima. Estou encantado com receptividade deste povo e com a seriedade do trabalho aqui realizado", afirmou.
O coordenador do Distrito Sanitário Leste, Clóvis Ambrósio, falou da satisfação em estar contribuindo para a formação dos agentes e da importância do trabalho que os mesmos irão realizar nas suas respectivas comunidades.
"Foram sete anos de muito esforço e dedicação para concretizar a criação do Distrito Sanitário Leste e fazer a formação dos nossos agentes. Estou muito satisfeito e sei que essas pessoas terão a possibilidade de continuar sua formação dentro do trabalho que estão executando", afirmou Clóvis.
Para a secretária estadual de Saúde, Dra. Eugênia Glaucy, a formatura dos agentes indígenas representa um marco no trabalho de implantação efetiva do Sistema Único de Saúde (SUS) em Roraima: "Agora sim, mostramos que compreendemos o discurso do SUS e da própria Constituição Brasileira quando coloca que saúde é um direito de todos e que cabe ao poder público a promoção de políticas de saúde que levem em consideração as diferenças culturais".
A secretária destacou ainda que saúde não deve ser vista apenas como a ausência de doenças, mas sim como um conjunto de esforços que venham para melhorar a qualidade de vida das comunidades. Segundo ela, o próximo passo será investir na escolarização dos agentes.
Para o coordenador regional da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), Ramiro Teixeira, a formação é resultado de um longo processo histórico que, segundo ele, começou com a implantação dos médicos sem fronteiras. "O Brasil possui uma população de cerca de 400 mil índios e Roraima, hoje, tem o orgulho de capacitar a maior turma de agentes indígenas de saúde do país. Com certeza, a iniciativa de Roraima servirá como espelho e referência para o restante do país", disse.
O curso, iniciado em 2001, é resultado de uma parceria entre a Funasa, CIR (Conselho Indígena de Roraima), ETSUS/RR e as lideranças dos povos Makuxi, Wapixana, Taurepang, Sapará, Ingarikó, Patoma e Wai-Wai.
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