Rússia a um passo de Kyoto

Rússia a um passo de Kyoto
Só falta a confirmação de Putin para o país aderir ao protocolo

O Protocolo de Kyoto, que busca limitar o aquecimento do planeta, depende apenas da assinatura do presidente da Rússia, Vladimir Putin, para entrar em vigor.
A ratificação desse tratado internacional foi aprovada ontem pelo Conselho da Federação, o Senado da Rússia, com 139 votos a favor, 1 contra e 1 abstenção. A adesão da Rússia é decisiva para a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, pois, para isso, é necessário o apoio de países que emitam mais de 55% dos gases que produzem o efeito estufa.
Até hoje o protocolo tinha sido ratificado por 126 países, que emitem 44,3% dos gases produtores do aquecimento do planeta. Com a adesão da Rússia, que produz 17,4% do total das emissões, seria superada a porcentagem necessária para que o tratado entre em vigor no mundo todo.
O protocolo prevê reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa em 5,2% em relação aos níveis de 1990 no período entre 2008 e 2012. "Com a ratificação, a Rússia confirma à comunidade internacional que atua com conseqüência na solução de tarefas políticas globais", declarou o senador Mikhail Marguelov, presidente do Comitê de Exteriores do Conselho da Federação.
O tratado, rejeitado pelos Estados Unidos, principal responsável pelo efeito estufa no mundo, foi adotado na cidade japonesa de Kyoto em 11 de dezembro de 1997 e assinado pela Rússia em 11 de março de 1999. No entanto, o debate posterior dividiu a classe política russa entre que os consideram que sua ratificação permitirá uma série de investimentos diretos e os que acham que colocará em risco seu futuro crescimento econômico.
A entrada em vigor do Protocolo de Kyoto representará apenas o primeiro passo na luta contra o efeito estufa, já que suas atuais limitações não são suficientes para deter o aquecimento do planeta.

OESP, 28/10/2004, Vida, p. B19