VOLTAR

Roraima dos Ameríndios aos atuais habitantes do Estado de Roraima

Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br/
Autor: Rogério Miranda
29 de Nov de 2012

Vou enfatizar para conversarmos com os leitores deste honrado jornal para refletirem, vou tentar voltar ao tempo de nossos ancestrais de todas as etnias dos primeiros habitantes de Roraima aos dias atuais, vou tentar me expressar de uma forma objetiva para fazer uma análise que envolva todos os conceitos relacionados à cultura, à antropologia, à filosofia e sociologia, pois se eu fosse escrever todo o conjunto para formatizar o meu posicionamento seria necessário escrever um livro, porque se trata de assuntos da mais alta relevância, que historicamente seremos sempre devedores por morarmos aqui em RR e sabedores que desde o início do desmembramento geográfico do hoje estado de RR do estado do AM tem sido uma luta constante de agressão aos nativos que aqui já habitavam antes da descoberta do Brasil, ai caro leitor você me perguntaria: "Devemos o quê aos nossos ancestrais?" é o débito de tratarmos com desprezo a população indígena aqui já mencionada.

Todas as pessoas que se interessam por antropologia sabem que, foram cometidas agressões terríveis com os índios Yanomami, Waimiri-Atroari e demais etnias, pois foram mortos muitos índios de todas as formas e o mais recente dos piores acontecimentos ocorreu na corrida pelo ouro na década de 1980. Estou colocando esses fatos que nos envergonha porque há muito tempo já deveríamos ter nas escolas como obrigação da grade curricular o estudo de antropologia, pois tenho certeza, se isso tivesse ocorrido não estaríamos convivendo com o abandono, descaso e sofrimento dos indígenas que tentam sobreviver em situações tão precárias, porque com a agressão à fauna e a flora e a contaminação dos rios no período de garimpos, diminuiu os meios para encontrarem a forma com que sempre sobreviveram como seja, a caça e a pesca.

Eu poderia aqui citar Bartolomé de las casas que enriqueceu muito a história do descobrimento (da ocupação) da América, pois Bartolomé de las casas ao conhecer a realidade dos Ameríndios negou-se a cumprir as ordens do rei da Espanha daquela época e rebelou-se contra as atrocidades, contra a carnificina mais desleal e mais desumana de toda a história da humanidade praticadas pelos colonizadores espanhóis e portugueses. Bartolomé de las casas negou-se a participar do grande genocídio e fez chegar ao conhecimento dos nativos que eles estavam sendo espoliados, destruídos, em sua própria terra cujos invasores, o único objetivo era apropriar-se do ouro e da prata.

Essas considerações eu as faço para demonstrar o quanto a cobiça pelo ouro e a prata continua sendo de tamanha violência que trago para os dias atuais o que vem ocorrendo aqui em RR, a maioria dos índios não moram mais em suas malocas e sim abandonados em barracos na periferia de Boa Vista, a maioria das mulheres se prostituindo e os índios antes acostumados a sua sobrevivência em suas tribos originais, passaram a ser consumidores de bebidas alcoólicas, alguns já chegando ao terrível mundo de drogas alucinadoras.

Mas tudo tem um preço, pois não podemos contrariar a lei da natureza e a premissa principal é a de que todos somos iguais perante Deus. Por exemplo, no atual governo de RR, todas as políticas públicas estão condenadas ao caos porque quando o estado não garante os preceitos constitucionais que forma a verdadeira cidadania, quando nesse vazio falta saúde publica, segurança, e a quebra do ordenamento jurídico, pois o estado vive num período dos mais conturbados de toda a sua história.

Quero me solidarizar com todas as ações que já fazem sentir-se da sociedade organizada que é do maior valor para que as autoridades constituídas nos ajudem para erradicarmos os males que por ausência de políticas públicas sérias, abre um caminho largo, para retroagirmos ao tempo da barbárie como citei no início deste artigo que encontra na figura do pastor, Ludwig Von-Geschichte Der Pãpste im Zeitalter der Renaissance, Freibgug, 1899, que como profundo conhecedor de antropologia até parece ter profetizado que a cobiça do ouro e da prata iriam trazer ainda danos irreparáveis à humanidade. Vejam o que disse Ruy Barbosa:

Palavras pronunciadas em 1914 pelo jurista Ruy Barbosa. Bradou ele: "VERGONHA!" e continuou: " A falta de justiça, Senhores senadores, é o grande mal da nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo nosso descrédito; é a miséria suprema desta pobre Nação. A sua grande vergonha diante do estrangeiro é aquilo que nós afasta os homens, os auxílios, os capitais. A injustiça, Senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão, habituando os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte. A injustiça promove a desonestidade, promove a relaxação, insufla a cortesania, e a baixeza, sob todas as suas formas."

Em memória dos fatos aqui relatados não poderia deixar de expressar o meu direito de cidadão de me indignar com o atual governo de RR, que adora viajar com a sua família! Em qualquer feriado é motivo para ausentar-se do estado. Pois o próprio governador que deveria ser o referencial da sociedade, imprimindo as suas obrigações constitucionais, é citado na assembleia legislativa por um deputado estadual como um governador a brincar com o povo e ainda mais, um governador que não preza pela retidão dos seus próprios negócios, quando empresário do ramo de construção civil deixou de pagar um débito trabalhista que originou o bloqueio do salário do senhor governador José de Anchieta Junior, através de mandado judicial.

Governador, não tenho nada pessoal contra a V. Exc. Mas percebo como cidadão que ama RR e que aqui estou fazendo a minha história, não poderia ficar calado, diante da V. infelicidade que leva o Estado de RR a um período pré-falimentar, fato este que já é de domínio público. Vejamos alguns exemplos: saúde, educação, segurança, são obrigações do estado garantido pela constituição federal, tanto é que, sem esse tripé, ficarão ausentes os direitos a cidadania fundamentada na vida, no direito de ir e vir (segurança), o direito à vida, quando alguém adoece e precisa de cuidados de um hospital com profissionais competentes, inserindo todos os procedimentos para valorização da vida e não o que assistimos quase todos os dias, a falta de medicamentos essenciais para socorrer principalmente os pacientes mais pobres.

Rogério Miranda, radialista, jornalista, comunicador, empresário.

http://www.folhabv.com.br/Noticia_Impressa.php?id=141252

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.