VOLTAR

Ritual da furação de orelha afirma identidade cultural do povo Krahô

Funai
12 de Jul de 2007

Nos dias 10 e 11 de julho a Fundação Nacional do Índio (Funai) vai apoiar um dos rituais mais importantes para o povo indígena Krahô: a furação de orelha. Esta prática, que não era realizada há mais de quinze anos, volta a se destacar entre os Krahô, na Aldeia Cachoeira, localizada no estado do Tocantins. Neste mês, 70 jovens do sexo masculino, na faixa etária de cinco a 18 anos, irão submeter-se ao ritual, que traz não apenas a perfuração estética, mas também a memória da comunidade a qual pertencem.

A Coordenação-Geral de Artesanato da Funai liberou recursos no valor de R$ 1,7 mil para a compra de tecidos, espelhos, facas pequenas e despesas de locomoção dos participantes.

Desde meados de 1995 a Funai, juntamente com outras entidades, participa do processo de recuperação da identidade dos Krahô. Esta etnia, que havia deixado de praticar diversos cantos e rituais que compõem a identidade da comunidade, obteve ajuda da fundação para que retornassem a realizar eventos nos quais afirmassem sua cultura. A exemplo do projeto de recuperação das sementes tradicionais indígenas, em que o apoio da instituição foi fundamental para a retomada da prática. Neste contexto, a participação desses jovens índios é extremamente importante pelo fato de que esta celebração está inserida num processo de reafirmação de identidade cultural, como uma marca na qual os Krahô exibem sua origem, destacando-se em meio às outras etnias.

Mudança de hábito

Os Krahô do sexo masculino furam os lóbulos auriculares para marcarem a "mudança das tribos", segundo o antropólogo Julio César Melatti, para se distinguirem dos membros de outras tribos. Há uma preparação anterior ao ritual com restrições na alimentação. A dieta alimentar dos jovens passa a ser à base de batata, milho e inhame e em resguardo pelo período de 30 dias, após o término da celebração.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.