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Reunião da SIP discute mídia e mudanças climáticas

OESP, Vida, p. A26
05 de Out de 2008

Reunião da SIP discute mídia e mudanças climáticas
Para especialistas, há certo alarmismo na cobertura relacionada ao assunto

Cientistas e especialistas em mudanças climáticas afirmaram ontem, na 64ª Assembléia-Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que o alarmismo predomina nas notícias sobre o tema. Eles pediram aos jornalistas que transmitam as informações da forma mais equilibrada possível. Esta foi uma das conclusões do seminário sobre mudanças climáticas e meios de comunicação, quando foi debatida a responsabilidade dos jornalistas na informação sobre os efeitos do aquecimento global. A reunião acontece em Madri (Espanha) e termina na terça-feira.

O professor César Dopazo, assessor do presidente da Comissão Européia (CE, órgão executivo da União Européia), José Manuel Durão Barroso, e que atuou como moderador, considerou essencial que a informação científica seja de qualidade, correta e cautelosa, já que, caso contrário, as pessoas podem se alarmar em excesso.

Segundo ele, as notícias sobre as mudanças climáticas são "um excelente exemplo de quando sobra espetáculo". Para Dopazo, o desafio da imprensa é conscientizar a população, pois os cidadãos, em sua opinião, precisam distinguir o que é informação certa do que não é.

Thomas Dowing, diretor do Instituto Ambiental de Estocolmo e co-autor do Atlas da Mudança Climática, pediu aos jornalistas mensagens mais de esperança do que de catástrofe, para que todos possam "fazer algo" na luta contra o aquecimento.

Já o diretor da Cidade das Artes e das Ciências de Valência e presidente da Associação Espanhola de Jornalismo Científico, Manuel Toharia, afirmou que todos os que vivem "na sociedade consumista" têm responsabilidade na questão das mudanças climáticas, e não só a imprensa, que "tem responsabilidade justa, nada mais".

Em sua opinião, "a falha" nas notícias sobre o fenômeno está no fato de nelas predominar o alarmismo, enquanto "a virtude" é se falar muito do tema, o que favorece o debate nas ruas. Toharia ressaltou que "é fácil jogar a culpa no mensageiro", mas ao mesmo tempo pediu que a informação sobre o assunto seja a mais equilibrada possível.

Os blogs como novos nichos de informação, as comunidades sociais na internet e a projeção dos veículos digitais também marcaram ontem os debates. A questão foi abordada em um painel no qual "integracionistas e separatistas" debateram se o jornal digital deve ser o novo "centro do universo" nas redações.

LIBERDADE

Hoje acontecem as discussões de mais impacto da assembléia da SIP, referentes à liberdade de imprensa e à violência a que jornalistas são expostos quando realizam seu trabalho. A Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação reúne-se de manhã e recebe relatórios da situação em cada país.

OESP, 05/10/2008, Vida, p. A26

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