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Reservas naturais brasileiras são destaque em congresso mundial de parques

Ecológico - http://www.revistaecologico.com.br/
14 de Nov de 2014

Onze mil hectares na Mata Atlântica e no Cerrado têm sido conservados nos últimos anos de forma a proteger áreas naturais nativas e a assegurar a sobrevivência da biodiversidade nos dois biomas mais ameaçados do Brasil. Administradas como parques nacionais, a Reserva Natural Salto Morato, no Paraná; e a Reserva Natural Serra do Tombador, em Goiás, serão apresentadas neste mês no Congresso Mundial de Parques, evento que acontece a cada dez anos. O congresso é o principal fórum de discussão sobre a situação das áreas protegidas existentes em todo mundo e sua atual edição está acontecendo em Sidney, na Austrália, de 12 a 17 de novembro.

"As unidades de conservação (UC) contribuem com o desenvolvimento dos países e a garantia de qualidade de vida para a população, pois podem ser utilizadas como espaço para pesquisas, gerando conhecimento científico; como locais para o desenvolvimento de ecoturismo, ampliando a renda de comunidades; além de fornecerem serviços ambientais essenciais à vida, a exemplo do fornecimento de água, da regulação do clima e da purificação do ar.", afirma Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, instituição sem fins lucrativos que administra as duas reservas. Segundo ela, a expertise brasileira na gestão de unidades de conservação precisa ser compartilhada. "Queremos mostrar ao mundo que temos excelentes resultados no manejo adequado das unidades de conservação, ressaltando como a integração às comunidades do entorno são importantes e como a geração de conhecimento nessas áreas protegidas pode gerar bons resultados", explica.

As duas unidades de conservação criadas, mantidas e administradas pela instituição são Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). Apesar de pertencerem à categoria de uso sustentável do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), as RPPNS são na prática administradas como áreas protegidas de proteção integral, não permitindo o uso direto da biodiversidade, a exemplo dos parques nacionais. Ao transformar uma área em RPPN, o proprietário privado garante a conservação da região em perpetuidade, complementando os esforços públicos de conservação. As reservas podem amenizar os efeitos das mudanças climáticas e protegem o entorno de outras unidades de conservação; além de incentivarem o turismo, fortalecendo a economia local, e de servirem como espaço para o desenvolvimento de pesquisas científicas.

Reserva Natural Salto Morato

Criada há 20 anos e localizada na Mata Atlântica numa área de 2.253 hectares, é uma das principais atrações do litoral norte do Paraná, tendo sido visitada por mais de 100 mil pessoas desde 1996, quando foi aberta à visitação. Salto Morato abriga dezenas de espécies de fauna e flora. Só de aves, foram catalogadas 324 espécies, o que corresponde a 43% da avifauna paranaense e torna a reserva um local propício à prática de observação de aves (Birdwatching). Por conta da grande biodiversidade, da boa conservação da floresta e da estrutura que oferece, muitos pesquisadores buscam a reserva para realizarem suas pesquisas de campo. Em 18 anos, 96 projetos de conservação foram realizados no local. Desde 1999, a reserva é considerada Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO.

Reserva Natural Serra do Tombador

Essa unidade de conservação fica em Cavalcante, no interior de Goiás. Com área de 8.730 hectares, preserva biodiversidade única do Cerrado e contribui para a proteção do entorno do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros. Desde 2012, promove na região treinamentos para uma brigada voluntária e comunitária de combate a incêndios. A iniciativa tem por objetivo habilitar os participantes sobre a forma adequada de combater as queimadas, uma das principais causas para a perda de biodiversidade do Cerrado. A Reserva Natural Serra do Tombador possui grande diversidade de ambientes, o que possibilita a existência de fauna e flora abundantes. Levantamentos realizados na região indicaram a presença de 435 espécies vegetais, 56 de anfíbios e répteis, 228 de aves e 35 de mamíferos.

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