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Representantes de tribos do PR vão elaborar a carta de Core-é-tuba

Gazeta do Povo-Curitiba-PR
Autor: OSMAR NUNES
20 de Mai de 2002

Começa hoje e prossegue até quarta-feira, em Curitiba, o seminário "Paraná Indígena: Memória da Terra" que contará com a participação de 31 caciques e 450 índios das tribos Caingangue, Guarani e Xetá, mais 105 professores bilíngues. Um dos objetivos do encontro é a elaboração de um documento inédito da história dos povos INDÍGENAS do Paraná, a carta de Core-é-tuba.

No documento os índios vão reivindicar o cumprimento do estatuto dos povos indígenas, previsto na Constituição Federal de 1988, mas ainda não regulamentado, segundo informou o assessor especial para Assuntos INDÍGENAS do governo estadual, Edívio Battistelli. "O que vigora é o estatuto anterior à Constituição, pelo qual o índio ainda é tutelado", disse.

A desapropriação de uma área na região de Umuarama para reassentar os nove Xetás puros e os 28 descendentes espalhados pelo Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso é um dos assuntos na pauta do seminário.

A tribo Xetá, de aproximadamente 300 índios, foi encontrada em 1952 na região de Umuarama e dizimada menos de 20 anos depois. Maria Rosa Brasil Tiguá, de 52 anos, é a única sobrevivente que continua morando em Umuarama. Depois de ficar sem água, luz e passar fome no final do ano passado, Tiguá conseguiu um emprego neste mês. Ela está trabalhando em uma sala no Bosque do Índio, em Umuarama, com apoio da prefeitura e uma organização não-governamental. "Preferi passar fome do que pedir esmola. Agora com o emprego consigo viver melhor", disse.

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