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Autor: Lucas Frasão
15 de Dez de 2010
A queda do desmatamento entre 2009 e 2010 foi mais acentuada na maioria dos 43 municípios que fazem parte da lista dos que mais devastam a Amazônia, segundo análise prévia do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Quase todos os municípios ficam na área do Arco de Fogo, entre o norte de Mato Grosso e o leste do Pará, onde é maior a pressão da agropecuária.
A redução do desmatamento nos 43 municípios, considerando a área total devastada por eles em 2009 e 2010, foi de 23% em relação ao período anterior, entre 2008 e 2009. A porcentagem é mais expressiva do que a queda de 13,6% no desmatamento para a Amazônia Legal, medida pelo Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes) e divulgada no início do mês pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O instituto deve divulgar só em março de 2011 os números consolidados para cada município.
Apesar da redução acima da média, os municípios que mais devastam ainda são responsáveis por cerca de 30% do desmatamento absoluto da Amazônia em 2009 e 2010. Dos 6.451 km² de mata destruída detectados pelo Inpe em todo o bioma no Brasil, 2.171 km² foram derrubados nos 43 municípios da lista.
No total, 31 municípios tiveram queda no desmatamento no período. Novo Progresso (PA), que devastou 313 km² em 2009 e 51 km² em 2010, teve a queda mais acentuada, chegando a diminuir o desmatamento em 84%. A redução também foi elevada em Amarante do Maranhão (MA, com 78%) e Pimenta Bueno (RO, com 73%).
A devastação cresceu em 12 municípios da lista prioritária, sendo que o aumento mais expressivo, de 577%, foi detectado em Feliz Natal (MT), que desmatou 4 km² em 2009 e 27 km² em 2010. O crescimento também foi elevado em Tailândia (PA, com 205%) e Querência (MT, com 202%).
Considerando números absolutos, os municípios que mais desmataram a Amazônia em 2010 foram São Félix do Xingu (PA), com 331 km², Pacajá (PA, com 225 km²), Novo Repartimento (PA, com 222 km²), Altamira (PA, com 196 km²) e Porto Velho (RO, com 132 km²). Apesar das altas taxas, o desmatamento foi reduzido entre 23% e 50% em todos eles, com exceção de Porto Velho, onde a derrubada cresceu 27%, e de Pacajá, que teve aumento de 125%.
De todos os municípios na lista prioritária do MMA, apenas um, Paragominas (PA), deixou de ser considerado entre os maiores desmatadores. O município devastou 67 km² em 2010 e reduziu o desmatamento em 13%. Também avaliou todas as suas propriedades rurais, regularizou o Cadastro Ambiental Rural (CAR) em 80% delas e reduziu o número de serrarias de 300 para 16.
Para da redução média nos 43 municípios prioritários pode ser explicada pela operação Arco Verde, que concentra esforços de fiscalização na área do Arco de Fogo. Para Mauro Oliveira Pires, do Departamento de Políticas de Combate ao Desmatamento do MMA, o balanço prévio do órgão é positivo. "Demonstra que a estratégia de focalização do governo federal vem dando certo", diz ele.
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