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Recovê denuncia procurador, PF e CIMI

Reporter MS - Campo Grande-MS
05 de Nov de 2004

"Protecionismo escancarado e parcial do procurador da República
Charles Pessoa, do Ministério Público Federal em Dourados, a
conivência da Polícia Federal e articulações do CIMI (Conselho
Indigenista Missionário) em todas as invasões" foram denunciados pela
coordenadora de ações da Recovê, Roseli Maria Ruiz Silva, durante
protesto realizado anteontem em Ponta Porã.

Tanto ela, quanto o presidente da ONG, Pio Queiroz, responsabilizaram
os três órgãos pela existência da "indústria da invasão" no
Estado. "É do CIMI, braço da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos
do Brasil), o caminhão que esta servindo aos índios nas invasões e
que transporta ramas de mandioca e sementes para legitimar as
invasões", disse ela.

Roseli Silva afirmou que possui provas de que o caminhão está sob
responsabilidade de um frei da igreja católica de Amambai. Ela
denunciou também o antropólogo italiano Fábio Mura, que seria
financiado pelo governo brasileiro, por estar "fabricando terras
indígenas na região de fronteira" e acusou o CIMI de estar locando
veículos em Campo Grande para levar o antropólogo às fazendas da
região.

"O mais grave é que os carros do CIMI estão sendo escoltados pela
Polícia Federal, ou seja, a PF está conivente com este crime",
afirmou a coordenadora, que responsabilizou diretamente o procurador
Charles Pessoa por "legitimar a criminalidade no meio indígena,
declarando-se parcial e abertamente à favor dos índios, estejam eles
certos ou não".

Citando casos recentes, a produtora rural Lisnei Correia, vice- presidente
da Recovê, disse que a Polícia Federal enfrenta os
produtores rurais, aponta armas, faz ameaças, "mas quando está diante
dos índios não faz nada, ´murcha´, submete-se, chega a ser ridículo".
Ela entende que invasão indígena é crime organizado, um desrespeito
aos pioneiros e que as ações do governo, através da Funai e do
Ministério Público Federal, constituem-se em confisco.

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