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Rajadas e explosões num paraíso preservado

O Globo, Rio, p. 17
26 de Fev de 2005

Rajadas e explosões num paraíso preservado
Militares treinam na Restinga

Um paraíso a salvo da especulação imobiliária e do turismo predatório, mas não das agressões dos treinamentos militares. Controlada por unidades do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, a Restinga da Marambaia abriga espécies animais e vegetais em extinção e algumas até mesmo desconhecidas. Fechada desde 1944 à visitação, a área guarda a mesma vegetação que cobria diversas praias da cidade, como a de Copacabana. Entre as plantas incomuns já foram catalogados 42 tipos de orquídeas e 32 espécies de myrtaceae, a família botânica que inclui pitangas e goiabas. É o único lugar do mundo onde vive a rã Lepdotacthilus marambaiae, cujo nome foi dado em homenagem à restinga.

Mas o silêncio da mata costuma ser quebrado por disparos de fuzis automáticos, rajadas de metralhadoras e explosões de granadas, bombas e obuses no Campo de Provas da Marambaia, usado pelo Exército para treinamentos e testes. Os treinamentos dos fuzileiros navais também são freqüentes e muitas vezes realizados com munição verdadeira. As condições geográficas da restinga são consideradas perfeitas para a atividade: mar aberto de um lado, Baía de Sepetiba de outro, vegetação rasteira, mata fechada e muitas montanhas.

Apesar de controvertida, a presença das Forças Armadas contribui para a preservação ambiental: as praias só podem ser freqüentadas mediante autorização do Exército.

O Globo, 26/02/2005, Rio, p.17

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