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Putin diz que ratificará logo Protocolo de Kyoto

OESP, Geral, p. A17
22 de Mai de 2004

Putin diz que ratificará logo Protocolo de Kyoto
Com isso, o acordo para reduzir o aquecimento global finalmente poderá entrar em vigor

MOSCOU - O presidente russo, Vladimir Putin, disse ontem, durante negociações com a União Européia para a entrada da Rússia no Organização Mundial do Comércio (OMC), que seu país iria se mover rapidamente para ratificar o Protocolo de Kyoto, que tem como objetivo reduzir os gases que causam o aquecimento global. No dia anterior, fontes qualificadas haviam dito que não seria feito nenhum anúncio até agosto, quando deveria terminar uma extensa consulta sobre o tema.
"Esse é um sinal muito positivo e bem-vindo", disse Klaus Toepfer, chefe do Programa de Ambiente das Nações Unidas, em nota. "A ratificação pela Rússia é o último passo crucial para tornar o Protocolo de Kyoto operacional."
O protocolo depende da aprovação da Rússia desde que os Estados Unidos desistiram de ratificá-lo em 2001 - ele não pode entrar em vigor até que as nações desenvolvidas responsáveis por 55% das emissões o ratifiquem.
Surpresa - Anteriormente, Putin havia se recusado a ficar do lado do protocolo, pedindo que órgãos do Estado enviassem recomendações oficiais sobre o pacto. Os dois relatórios preparados até então - pela Academia de Ciências e por um conselheiro de Putin - criticaram o pacto. Observadores ficaram desconcertados com a decisão de Putin de ir em frente antes do término do processo de recomendações oficiais instituído por ele mesmo.
"Eu realmente não esperava isso", disse Alexei Kokorin, um especialista em Kyoto do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) .
Analistas esperavam havia muito tempo que Putin só cedesse às pressões da União Européia (UE) sobre Kyoto em troca da entrada da Rússia na OMC.
E Putin ligou explicitamente os dois eventos. "O fato de a UE estar negociando conosco sobre a OMC só poderia ajudar na atitude positiva de Moscou em relação à ratificação do Protocolo de Kyoto."
Observadores avisam, no entanto, que a Rússia tem muito trabalho a fazer para se preparar para o protocolo e a aprovação não é ainda definitiva.
"Estou cautelosamente otimista.", disse Steve Sawyer, diretor de políticas de clima do Greenpeace.
A Rússia é responsável por 17% do dióxido de carbono emitido por nações desenvolvidas. Com seu "sim", o protocolo, que já reúne países que somam 44% das emissões desse gás, conseguirá 61%, 6% a mais da porcentagem mínima para que entre em vigor. (Reuters)

OESP, 22/05/2004, Geral, p. A17

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